De dia, Fátima inunda-se de um
mar de lenços brancos que saúdam Nossa Senhora e o Papa, à noite brilham
milhares de velas, fazendo do recinto um céu povoado de estrelas. O ambiente convida
especialmente à oração. A meditação do Papa na procissão das velas foi
particularmente longa e densa, levando-nos à alegria, ao agradecimento e a um
exame de consciência.
– «Pelo orgulho do meu coração,
vivi distraído, atrás das minhas ambições e interesses...», afinal sem êxito:
«...não ocupei nenhum trono, Senhor! A única possibilidade de exaltação que
tenho é que a vossa Mãe me pegue ao colo, me cubra com o seu manto e me ponha
junto do vosso coração».
Houve um momento
particularmente emotivo, quando o Papa falou de nós:
– «Sinto que Jesus vos confiou
a mim».
Nessa preocupação por todos,
especialmente pelos que mais precisarem, como pedia Nossa Senhora em Fátima, o
Papa abençoou cada uma das nossas necessidades. Uma bênção maravilhosa.
– «A bênção [de Deus]
cumpriu-se cabalmente na Virgem Maria, pois nenhuma outra criatura viu brilhar
sobre si a face de Deus como Ela (...). Na verdade, [citando Paulo VI] “se
queremos ser cristãos, devemos ser marianos; isto é, devemos reconhecer a
relação essencial, vital e providencial que une Nossa Senhora a Jesus e nos
abre o caminho que leva a Ele”».
– Maria é «Mestra de vida
espiritual», «a primeira que seguiu Cristo pelo caminho “estreito” da cruz», a
«bendita por ter acreditado, sempre e em todas as circunstâncias», a «Virgem
Maria do Evangelho, venerada pela Igreja orante»...
Sentimo-nos frustrados pelos
nossos pecados?
– «Grande injustiça fazemos a
Deus e à sua graça quando se afirma em primeiro lugar que os pecados são
punidos pelo seu julgamento, sem antepor que são perdoados pela sua
misericórdia!»
Por Maria, vem-nos essa
misericórdia [citando novamente Paulo VI]:
– «Sempre que olhamos para
Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do carinho.
Nela vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos
fortes (...). Esta dinâmica de justiça e de ternura, de contemplação e de
caminho ao encontro dos outros é aquilo que faz d’Ela um modelo eclesial para a
evangelização».
José Maria C.S. André
12-V-2017
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