Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 13 de maio de 2017

«Não vês tanta estrada?...»

Um sol magnífico. No recinto imenso de Fátima e nas ruas à volta, ecoa a voz pausada do Papa.

Faz-nos sonhar com a poesia de imagens tiradas do Apocalipse, fala da «Mulher revestida de sol», refulgente de beleza. Ela, disse-nos o Papa, é a nossa mãe! Depois de ver Nossa Senhora, a pequena Jacinta não se conteve e desvendou o segredo à mãe: «Hoje vi Nossa Senhora!».

Também nós a veremos pela eternidade inteira, se formos para o Céu – diz o Papa. Por isso o preocupa o risco do Inferno «onde leva a vida sem Deus e profanando Deus nas suas criaturas».

O assunto é da máxima gravidade: «Nas suas “Memórias”, a Irmã Lúcia dá a palavra à Jacinta que beneficiara de uma visão: “Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome, e não têm nada para comer? E o Santo Padre numa igreja, diante do Imaculado Coração de Maria, a rezar? E tanta a gente a rezar com ele?”».

As circunstâncias desta homilia despertam-nos para a actualidade da visão. O Santo Padre diante de Maria, e uma multidão rezando... Mas é o próprio Papa que sublinha o que quer dizer: «Irmãos e irmãs, obrigado por me acompanhardes!». Sim, somos nós e é ele. Um arrepio de responsabilidade leva-nos a viver mais intensamente este momento que une o Céu e a Terra.
No meio das tribulações que desabam sobre a Igreja e a humanidade, o Papa aponta o caminho da esperança: sob o seu manto, não se perdem os filhos de Nossa Senhora – diz o Papa.

Com essa esperança, o Papa põe-nos a caminho:
– «Ele criou-nos como uma esperança para os outros, uma esperança real e realizável, segundo o estado de vida de cada um. Ao “pedir” e “exigir” o cumprimentos dos nossos deveres de estado (a citação é de uma carta da Irmã Lúcia de 1943), o Céu desencadeia aqui uma verdadeira mobilização geral contra esta indiferença, que nos gela o coração e agrava a miopia do olhar. Não queiramos ser uma esperança abortada! A vida só pode sobreviver graças à generosidade de outra vida. Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto” (Jo 12, 24) ».

No espaço desta homilia, cruzaram-se o esplendor da beleza e os abismos do mal, a esperança de Deus e a nossa responsabilidade. Com uma intensidade multiplicada pela multidão que ouve as palavras do Papa e reza com ele. Os que aqui estamos, somos, em primeira linha, a multidão imensa que a Jacinta viu.
José Maria C.S. André
13-V-2017

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