Sabendo
que somos débeis e que, apesar da nossa boa vontade, caímos uma vez e outra em
pecados e faltas, confiou à Sua esposa o sacramento do perdão «para todos os
membros pecadores da Sua Igreja, antes de mais para aqueles que, depois do
Batismo, caíram em pecado grave e assim perderam a graça batismal e feriram a
comunhão eclesial» [21]. Este sacramento também perdoa os pecados veniais e as
faltas, infunde novas forças para a luta interior e apresenta-se-nos, assim
diziam os Padres da Igreja, como «a segunda tábua (de salvação), depois do
naufrágio que é a perda da graça» [22].
Recordo o grande amor de S. Josemaria ao sacramento da Reconciliação – o
sacramento da alegria, gostava de o chamar – e como animava a recebê-lo
com frequência, impulsionando a fazer um constante apostolado da Confissão.
Limito-me agora a citar umas palavras suas, durante uma reunião de catequese
com muitas pessoas.
À confissão, à confissão, à confissão! Porque Cristo derramou
misericórdia nas criaturas. As coisas não andam porque não recorremos a Ele
para nos limpar, para nos purificar, para nos incendiar. Muita higiene, muito
desporto… Ótimo, maravilhoso! E este outro desporto da alma? E estes duches que
nos regeneram, que nos limpam e nos purificam e nos incendeiam? Porque não
procuramos receber esta graça de Deus? Vamos ao Sacramento da Penitência e à
Sagrada Comunhão. Ide, ide! Mas não vos aproximeis da Comunhão se não estais
certos da limpeza da vossa alma [23].
Noutra altura, insistia: meus filhos, levai os vossos amigos à confissão,
os vossos familiares, as pessoas que amais. E que não tenham medo. Se tiverem
de cortar alguma coisa, cortarão. Dizei-lhes que não será suficiente recorrer
uma só vez à Confissão, que precisam de ir muitas vezes, com frequência, como
quando se chega a uma certa idade, ou quando surge uma doença, não se vai ao
médico uma única vez, mas frequentemente. E marcam-se outras consultas, e
mede-se a tensão, e fazem-se análises. Pois a mesma coisa, a mesma coisa com a
alma (…).
O Senhor está à espera de muitos para que tomem um bom banho no
Sacramento da Penitência! E tem preparado para eles um grande banquete, o das
bodas, o da Eucaristia, o anel da aliança e da fidelidade e da amizade para
sempre. Que se confessem! (…). Que sejam muitos os que se aproximam do perdão
de Deus! [24]
[21]. Catecismo da Igreja Católica, n. 1446.
[22]. Catecismo da Igreja Católica, citando o Concílio de Trento e
Tertuliano.
[23]. S. Josemaria, Notas de uma tertúlia, 2-VII-1974.
[24]. S. Josemaria, Notas de uma tertúlia, 6-VII-1974.
(D. Javier
Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de outubro de 2013)
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Sanctæ Crucis et Operis Dei
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