Já no helicóptero, num prato de papel, Bowe escreveu: “SF?”. “Sim”,
respondeu um dos militares que tinham acabado de o recolher. Eram SF, das
forças especiais. “Há muito tempo que andamos à tua procura”, acrescentou.
Nessa altura, o sargento norte-americano que passou quase cinco anos nas mãos
dos taliban afegãos irrompeu em lágrimas.
(…)
Um comandante paquistanês da rede Haqqani, um facção taliban, que o
manteria cativo, traçou à AFP o retrato de um quotidiano quase normal, de um
homem que soube adaptar-se – bebia muito chá verde, aprendeu a falar dari e pasthum, jogava badminton
com os carcereiros – mas nunca renegou a identidade. Os guardas, disse,
quiseram ensinar-lhe os princípios do islão e forneceram-lhe livros religiosos,
mas ele fazia questão de celebrar as festas cristãs. “Não falhava uma. Começava
semanas antes a falar aos guardas do Natal e da Páscoa e festejava-as com eles.”
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