Vir
fidélis multum laudábitur [16],
o varão fiel será muito louvado. Com toda a razão podemos aplicar esta frase da
Escritura ao queridíssimo D. Álvaro. Assim o fez João Paulo II no telegrama que
nos mandou no próprio dia 23 de março de 1994, dia do falecimento de tão bom
Pai e Pastor. Enquanto participava a todos os fiéis da Obra os seus mais
sentidos pêsames, recordava «com agradecimento ao Senhor, a vida cheia de zelo
sacerdotal e episcopal do defunto, o exemplo que sempre deu de fortaleza e
confiança na Providência divina, assim como a sua fidelidade à Sé de Pedro e o
seu generoso serviço eclesial como íntimo colaborador e benemérito sucessor de
(…) Josemaria Escrivá» [17].
Outro grande aniversário que nos fala desta virtude cristã é, no fim do mês, o
da ordenação sacerdotal do nosso Fundador. Naquele 28 de março de 1925, o nosso
Padre selou de um modo novo, sacramental, o compromisso de fidelidade que fora
cultivando desde que sentiu os pressentimentos da chamada divina, sendo ainda
adolescente. Manteve sempre esse compromisso atual e operativo, e no fim da sua
vida terrena, podia afirmar: não vacileis nunca! Desde já vos digo (…)
que tendes vocação divina, que Jesus Cristo vos chamou desde a eternidade. Não
vos escolheu apenas com um chamamento, mas deu-vos um beijo na testa. Por isso,
para mim, a vossa testa brilha como um farol.
Também isto do farol tem a sua história… são essas grandes estrelas que
resplandecem na noite, lá em cima, nas alturas, no céu azulado e escuro, como
grandes diamantes de uma claridade fabulosa. Esta mesma claridade tem a vossa
vocação: a de cada um e a minha [18].
Continuemos a rezar pela Igreja e pelo Papa, especialmente durante o retiro que
vai fazer. Eu vou começar amanhã o retiro para depois assistir ao congresso do
centenário de D. Álvaro, organizado de 12 a 14 na Universidade Pontifícia
de Santa Cruz. E hoje vou administrar, com a alegria de sempre, o sacramento do
diaconado a dois Agregados da Prelatura, na paróquia de S. Josemaria. Peçamos
ao Senhor que sejam muito fiéis a este novo chamamento recebido, e ampliemos
esta oração a todos os seminaristas e clérigos do mundo inteiro.
Não quero acabar sem vos dizer que no dia 22, ao celebrar a Santa Missa na
Basílica de Santo Eugénio, para recordar a ida de D. Álvaro para o Céu, estarei
mais unido, se é possível, a todas e a todos, pedindo ao Senhor que nos faça
inteiramente fieis e que nos encha da Sua sede de almas, como o Papa recorda
com frequência. Apoiai, como sempre vos peço, as minhas intenções
[16]. Pr
28, 20.
[17]. João Paulo II, Telegrama a Mons. Javier Echevarría, 2-III-1994.
[18]. S. Josemaria, Notas de uma meditação, 19-III-1975 (“Por las sendas de la
fe”, Ed. Cristiandad, Madrid 2013, p. 151).
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus
Dei na carta do mês de março de 2014)
© Prælatura Sanctæ
Crucis et Operis Dei
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