Pergunta: responsabilidade de "É o Carteiro!"
44- A Igreja é Mãe e deve envolver as pessoas com o seu carinho e
ternura. A forma estrita como afirma o seu claro pensamento – e quase sem
parecer olhar para o caso concreto – não parece negar aquela atitude próxima e
compreensível?
Uma ulterior tendência a favor da admissão dos
divorciados recasados aos sacramentos é a que invoca o argumento da
misericórdia.
Dado que o próprio Jesus se solidarizou com os
sofredores doando-lhes o seu amor misericordioso, a misericórdia seria por
conseguinte um sinal especial do autêntico seguimento.
Isto é verdade, mas é um argumento débil em matéria
teológico-sacramentária, também porque toda a ordem sacramental é precisamente
obra da misericórdia divina e não pode ser revogada invocando o mesmo princípio
que a sustém.
Através daquela que objectivamente ressoa como uma
falsa invocação da misericórdia incorre-se no risco da banalização da própria
imagem de Deus, segundo a qual Deus mais não poderia fazer do que perdoar.
Pertencem ao mistério de Deus, além da misericórdia,
também a santidade e a justiça; se se escondem estes atributos de Deus e não se
leva seriamente a realidade do pecado, não se pode nem sequer mediar às pessoas
a sua misericórdia. Jesus encontrou a mulher adúltera com grande compaixão, mas
também lhe disse: «Vai, e doravante não voltes a pecar» (Jo 8, 11).
A misericórdia
de Deus não é uma dispensa dos mandamentos de Deus e das instruções da Igreja;
aliás, ela concede a força da graça para a sua plena realização, para se
levantar depois de uma queda e para uma vida de perfeição à imagem do Pai
celeste
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