Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Comissão especial do Papa já trabalha nas reformas da Cúria Romana

Foto R.R.
A comissão criada pelo Papa Francisco para sugerir reformas para a Cúria Romana já está a trabalhar, apesar de a primeira reunião com os oito cardeais estar agendada apenas para Outubro. 

A revelação é feita à Renascença pelo Arcebispo de Boston, Cardeal Seán O’Malley, que falou à margem das Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, a que presidiu no fim-de-semana. 

“Temos começado a trabalhar por correio, entre nós, mas a primeira reunião, porque somos de todos os continentes, é só em Outubro”, explica, sem desvendar alguma ideia concreta: “Estou a pensar, estou também a consultar várias pessoas.” 

No centro de muitas das polémicas que envolvem o Vaticano, está o Instituto para as Obras Religiosas, mais conhecido como Banco do Vaticano. Algumas vozes têm pedido mesmo o seu encerramento, mas o arcebispo de Boston manifesta dúvidas nesse sentido.
 
“Essa é uma das coisas que estamos a estudar. O nosso banco não é muito grande, mas vemos como muitos bancos europeus e também americanos têm tido problemas. O dinheiro que está no banco pertence às ordens religiosas benéficas da Igreja e isso é uma grande responsabilidade. Por isso, vamos procurar proteger esses recursos da melhor maneira, mas, pessoalmente, não creio que a Igreja deva fechar o banco sem estudar muito o caso, porque vimos o que está a acontecer noutras partes e talvez a situação fosse pior”, reflecte. 

Em relação à Cúria Romana em si, há muita gente que trabalha bem, mas o maior problema é de coordenação: “Estou a começar a conhecer a realidade da Cúria. Há muitas pessoas muito dedicadas e muito capazes que trabalham ali. Acho que os meios de comunicação falam muito do 'Vatileaks' e dos problemas que tem havido, mas há também trabalho de muito valor que se faz ali. Queremos encontrar formas de coordenar melhor, com maior comunicação entre os vários dicastérios e a relação entre a Cúria e as conferências episcopais no mundo inteiro, para que haja mais colaboração e coordenação”. 

Ajuda para casos de abuso 
Seán O’Malley é conhecido pela forma como recuperou, não uma, mas duas dioceses, absolutamente destroçadas pelo escândalo de abusos sexuais sobre menores. É um trabalho no qual está envolvido há 20 anos e acredita que nos Estados Unidos o pior já passou.

“Ultimamente, os casos são muito, muito raros. Os que surgem são de há 20, 30 ou 40 anos. Isto fez muito dano à credibilidade da hierarquia da Igreja, mas há muitos anos os bispos iniciaram umas normas muito exigentes para proteger as crianças e têm sido muito eficazes. Acho que as nossas instituições, igrejas e escolas são os sítios mais seguros para crianças que existem no nosso país. Nenhuma outra Igreja, nem o Governo, fazem as coisas que nós fazemos para proteger as nossas crianças”. 

Noutros países, como em Portugal, a hierarquia começa apenas agora a ter de lidar com denúncias de casos de abusos. O cardeal deixa alguns conselhos sobre como tratar o assunto: “O Papa Bento XVI mandou que todas as conferências episcopais no mundo preparassem normas sobre estes casos e indica que deviam ter muita transparência, muita atenção às vítimas e tolerância zero para casos de pedofilia na Igreja. É muito importante que as conferências episcopais o façam”. 

Os bispos podem contar com a ajuda americana: “Acho que os países que têm passado por estes problemas podem aconselhar e ajudar estas conferências episcopais. É verdade que não é um problema clerical nem da Igreja, é um problema humano e existe muito mais fora da Igreja do que dentro, mas, como tenho dito, quando se trata de um sacerdote ou de um religioso, o dano é maior para a vítima”. 

O Cardeal Seán O’Malley fala fluentemente português e é visita frequente, seja no continente, seja nos Açores, de onde são oriundos muitos dos seus fiéis que tem servido nas dioceses americanas em que trabalhou. A religiosidade dos portugueses não o deixa indiferente.
 
“Para os emigrantes, a religião e a fé são muito importantes para a sua própria identidade. A Igreja é o centro da sua vida religiosa e social. Muitas vezes tive a oportunidade de celebrar nos Estados Unidos as festas tradicionais portuguesas. Poder ir ao sítio onde têm origem estas devoções é um privilégio e uma alegria muito grande”, confessa.


por Filipe d'Avillez in Rádio Renascença online http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=29&did=106391

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