Faltam apenas quatro semanas para as eleições norte-americanas, que se realizam na terça-feira, dia 6 de Novembro, e os candidatos continuam a procurar conquistar os eleitores. Mas há um grupo que é particularmente importante e pode mesmo vir a decidir quem vence: os católicos.
David Gibson, um jornalista especializado em assuntos religiosos, diz que a importância do voto católico não deve ser subestimada: “Os católicos são um eleitorado decisivo. Estão muito divididos, as sondagens mostram-nos a variar entre Romney e Obama. São um bloco crucial de eleitores. Formam um quarto do eleitorado, logo, quem ganhar o voto católico tem boas chances de vencer as eleições.”
Há várias décadas, o assunto poderia parecer resolvido à partida, mas os tempos mudaram: “Os católicos costumavam ser maioritariamente democratas, mas já não é o caso”, explica. Hoje, a maioria dos católicos brancos e praticantes vota no Partido Republicano, mas entre católicos negros ou hispânicos os democratas tendem a levar a preferência.
Nestas eleições, como em toda a vida política americana, a religião promete desempenhar um papel de destaque: “A religião é muito importante. Como disse um dos nossos presidentes, Dwight Eisenhower, ‘é importante que os nossos governantes tenham uma religião, e não me interessa qual é’. Por isso, é muito importante que os americanos se sintam como religiosos, já vem dos nossos mitos fundadores, e que vejam os nossos líderes como religiosos.”
Obama contra os Bispos
Do ponto de vista católicos estas eleições revestem-se de maior importância. Sem nunca apelar ao voto directo num dos candidatos, os bispos americanos têm estado envolvidos numa intensa disputa com Barack Obama por causa de um decreto, que faz parte do plano de reforma do sistema de saúde defendido pelo Presidente, que obriga instituições católicas, como universidades, hospitais ou escolas, a fornecer aos seus funcionários seguros de saúde que incluam cobertura para contraceptivos e serviços abortivos.
Os bispos alegam que se trata de uma clara violação da liberdade religiosa e Romney já prometeu que, caso vença, acabará de imediato com essa obrigação. Para David Gibson, os bispos estão a assumir um grande risco: “No fundo, a maioria dos católicos, mesmo que rejeite as posições da Igreja sobre contraceptivos, tende a concordar com os bispos sobre a questão da liberdade religiosa. Mas isso não chega para mudarem de preferência.”
Caso Obama ganhe, isto pode representar uma dificuldade para a Igreja americana: “Essa é a grande questão, o que fazer se Obama ganhar. Se eles se colocaram totalmente do lado da outra facção como vão conviver com ele durantes os próximos quatro anos?”.
Em todo o caso, Gibson, que é um dos responsáveis da agência independente Religion News Service, acredita que Obama vai acabar por ceder depois das eleições, caso ganhe: “Acredito que sim. Nem se percebe porque é que tem sido tão firme nesta questão em particular, não é o seu género. Penso que tem conselheiros para quem esta questão dos contraceptivos é muito importante. Mas há outras formas de o fazer que não infrinjam os direitos dos católicos”.
A fé nas urnas
Os católicos não são os únicos a deixarem as suas crenças religiosas influenciar o sentido do seu voto. “Há outros blocos religiosos. Os protestantes evangélicos brancos votam massivamente nos republicanos e eles também formam um quarto do eleitorado. Os judeus tendem a votar nos democratas, bem como a maioria dos afro-americanos protestantes”.
No início do ano, Barack Obama correu um grande risco com este eleitorado ao apoiar publicamente o “casamento” entre homossexuais, algo que a esmagadora maioria dos evangélicos negros rejeita: “Tem havido grandes reservas e objecções quanto a isso, mas penso que as grandes preocupações acabam por ser económicas e entre a comunidade negra há uma solidariedade com o primeiro presidente negro que, segundo as sondagens, não será afectada por esta questão”, explica David Gibson.
Quanto aos candidatos, há nestas eleições algumas novidades. Romney arrisca-se a ser o primeiro fiel da Igreja Mórmon a ganhar a Casa Branca. Ambos os candidatos a vice-presidente são católicos, enquanto Barack Obama se assume como cristão, ainda que continue a haver uma proporção significativa de americanos que acredita que é muçulmano.
David Gibson, um jornalista especializado em assuntos religiosos, diz que a importância do voto católico não deve ser subestimada: “Os católicos são um eleitorado decisivo. Estão muito divididos, as sondagens mostram-nos a variar entre Romney e Obama. São um bloco crucial de eleitores. Formam um quarto do eleitorado, logo, quem ganhar o voto católico tem boas chances de vencer as eleições.”
Há várias décadas, o assunto poderia parecer resolvido à partida, mas os tempos mudaram: “Os católicos costumavam ser maioritariamente democratas, mas já não é o caso”, explica. Hoje, a maioria dos católicos brancos e praticantes vota no Partido Republicano, mas entre católicos negros ou hispânicos os democratas tendem a levar a preferência.
Nestas eleições, como em toda a vida política americana, a religião promete desempenhar um papel de destaque: “A religião é muito importante. Como disse um dos nossos presidentes, Dwight Eisenhower, ‘é importante que os nossos governantes tenham uma religião, e não me interessa qual é’. Por isso, é muito importante que os americanos se sintam como religiosos, já vem dos nossos mitos fundadores, e que vejam os nossos líderes como religiosos.”
Obama contra os Bispos
Do ponto de vista católicos estas eleições revestem-se de maior importância. Sem nunca apelar ao voto directo num dos candidatos, os bispos americanos têm estado envolvidos numa intensa disputa com Barack Obama por causa de um decreto, que faz parte do plano de reforma do sistema de saúde defendido pelo Presidente, que obriga instituições católicas, como universidades, hospitais ou escolas, a fornecer aos seus funcionários seguros de saúde que incluam cobertura para contraceptivos e serviços abortivos.
Os bispos alegam que se trata de uma clara violação da liberdade religiosa e Romney já prometeu que, caso vença, acabará de imediato com essa obrigação. Para David Gibson, os bispos estão a assumir um grande risco: “No fundo, a maioria dos católicos, mesmo que rejeite as posições da Igreja sobre contraceptivos, tende a concordar com os bispos sobre a questão da liberdade religiosa. Mas isso não chega para mudarem de preferência.”
Caso Obama ganhe, isto pode representar uma dificuldade para a Igreja americana: “Essa é a grande questão, o que fazer se Obama ganhar. Se eles se colocaram totalmente do lado da outra facção como vão conviver com ele durantes os próximos quatro anos?”.
Em todo o caso, Gibson, que é um dos responsáveis da agência independente Religion News Service, acredita que Obama vai acabar por ceder depois das eleições, caso ganhe: “Acredito que sim. Nem se percebe porque é que tem sido tão firme nesta questão em particular, não é o seu género. Penso que tem conselheiros para quem esta questão dos contraceptivos é muito importante. Mas há outras formas de o fazer que não infrinjam os direitos dos católicos”.
A fé nas urnas
Os católicos não são os únicos a deixarem as suas crenças religiosas influenciar o sentido do seu voto. “Há outros blocos religiosos. Os protestantes evangélicos brancos votam massivamente nos republicanos e eles também formam um quarto do eleitorado. Os judeus tendem a votar nos democratas, bem como a maioria dos afro-americanos protestantes”.
No início do ano, Barack Obama correu um grande risco com este eleitorado ao apoiar publicamente o “casamento” entre homossexuais, algo que a esmagadora maioria dos evangélicos negros rejeita: “Tem havido grandes reservas e objecções quanto a isso, mas penso que as grandes preocupações acabam por ser económicas e entre a comunidade negra há uma solidariedade com o primeiro presidente negro que, segundo as sondagens, não será afectada por esta questão”, explica David Gibson.
Quanto aos candidatos, há nestas eleições algumas novidades. Romney arrisca-se a ser o primeiro fiel da Igreja Mórmon a ganhar a Casa Branca. Ambos os candidatos a vice-presidente são católicos, enquanto Barack Obama se assume como cristão, ainda que continue a haver uma proporção significativa de americanos que acredita que é muçulmano.
Rádio Renascença
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