Catecismo da Igreja Católica
§§ 1427-1432
Jesus convida à conversão. Este apelo é parte essencial do anúncio do Reino: «Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho» (Mc 1,15). Na pregação da Igreja, este apelo é feito em primeiro lugar aos que ainda não conhecem a Cristo e o seu Evangelho. Além disso, o Batismo é o principal lugar da primeira e fundamental conversão. [...]
Ora, o apelo de Cristo à conversão continua a soar na vida dos cristãos. Esta segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, que «reúne em seu próprio seio os pecadores» e que, «e ao mesmo tempo santa e sempre na necessidade de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação» (Vaticano II LG 8). Este esforço de conversão não é apenas uma obra humana. É o movimento do «coração contrito» (Sl 50,19), atraído e movido pela graça a responder ao amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro (cf 1 Jo 4,10). [...]
O coração do homem apresenta-se pesado e endurecido. É preciso que Deus dê ao homem um coração novo (Ez 36,26ss). A conversão é antes de tudo uma obra da graça de Deus que reconduz nossos corações a Ele: «Converte-nos a Ti, Senhor, e nos converteremos» (Lam 5,21). Deus dá-nos a força de começar de novo. É descobrindo a grandeza do amor de Deus que o nosso coração experimenta o horror e o peso do pecado, e começa a ter medo de ofender a Deus pelo mesmo pecado e de ser separado dele. O coração humano converte-se «olhando para Aquele que foi trespassado por nossos pecados» (cf Zac 12,10; Jo 19,37).
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