Diocese de Lamego em 2010 |
A Santa Sé
publicou hoje um conjunto de orientações para a promoção de novas vocações ao
sacerdócio, destacando a importância do celibato e da “maturidade afetiva” dos
candidatos a esta missão.
“Uma
mentalidade secularizada, bem como opiniões erróneas no seio da Igreja, levam a
desprezar o carisma e a escolha celibatária”, assinala o documento da
Congregação para a Educação Católica (CEC), que conta com a aprovação de Bento
XVI.
O
texto, apresentado em conferência de imprensa no Vaticano, admite a existência
de “graves efeitos negativos” que decorrem da “incoerência e do escândalo
causado pela infidelidade aos deveres do ministério sacerdotal”, como aconteceu
nos casos de “abusos sexuais”.
“A
integração e a maturidade afetiva são uma meta necessária”,
refere a CEC, pedindo aos responsáveis pelos seminários que evitem fazer “propostas vocacionais” a
pessoas que estejam “marcadas por profundas fragilidades humanas”.
Outro aspeto
destacado nas orientações pastorais é a “gradual marginalização do sacerdote da
vida social”, com a consequente “perda de relevância pública”.
A Santa Sé
alerta, por outro lado, para o risco de um “ativismo exagerado”, por parte dos
padres, que leva a uma “sobrecarga de trabalho pastoral”.
No documento
aponta-se para uma “preocupante queda numérica dos sacerdotes”, a que se soma
“o aumento da sua média de idade”.
Esta situação
é particularmente sentida na Europa, onde entre 2000 e 2010 o número de
seminaristas passou de 26 879 para 20 564, em sentido contrário ao que
aconteceu em África; na Ásia, os seminaristas passaram de 25 174 para 33 282,
no mesmo período.
O prefeito da
CEC, cardeal Zenon Grocholewski, disse aos jornalistas que o objetivo das
orientações é “convidar toda a comunidade eclesial a uma renovada tomada de
consciência da responsabilidade educativa e pastoral na promoção de vocações ao
sacerdócio”.
O texto,
acrescentou, procura “oferecer uma ideia clara da figura do sacerdócio
ministerial e da necessidade da sua presença”.
No documento
são sintetizadas as respostas de uma consulta elaborada às conferências
episcopais, em 2008, com o objetivo de recolher sugestões e dados sobre a
situação de cada país.
O cardeal
Grocholewski afirmou que a “queda demográfica e a crise da família”, aliadas à
difusão de uma “mentalidade secularizada” têm tido consequências na quebra do
número de padres nalgumas regiões do globo.
As orientações
pastorais agora publicadas pela Santa Sé propõem a criação de um ‘mosteiro
invisível’, reunindo pessoas em oração “contínua” pelas vocações sacerdotais.
A CEC refere
ainda a importância crescente das experiências de voluntariado para a
descoberta do “chamamento ao sacerdócio” e recorda as possibilidades abertas
pelo “serviço ao altar” (acólitos) para “outras formas de serviço na comunidade
cristã”.
OC
(Fonte: Agência
Ecclesia)
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