Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir,
co-padroeira da Europa
Poesia «Noite Santa»
Meu Senhor e meu Deus,
Tu me guiaste por um longo e obscuro caminho, pedregoso e duro.
Estava quase já sem forças, tanto que não esperava mais ver a luz do dia.
O meu coração estava duro como pedra devido ao sofrimento
Quando, diante dos meus olhos, se levantou a claridade suave duma estrela
E me guiou, fiel, e eu segui-a, primeiro com passos tímidos, depois mais seguros.
E cheguei por fim à porta da Igreja,
Que se abriu, e pedi para entrar.
Fui acolhida pela Tua bênção proferida pelo Teu sacerdote.
No seu interior sucedem-se as estrelas,
Estrelas de flores vermelhas que me indicam o caminho até Ti,
Que a Tua bondade permite que me conduzam no meu caminho até Ti.
O mistério que me faltava guardar, escondido no íntimo do coração,
Agora posso finalmente anunciá-lo em alta voz:
Eu creio, e confesso a minha fé!
O sacerdote conduz-me aos degraus do altar,
Inclino a cabeça, e a água santa escorre pela fronte abaixo.
Senhor, será possível renascer uma vez passada metade da vida (Jo 3,4)?
Assim o disseste, e para mim tornou-se realidade.
Já não sinto o peso das faltas e das minhas penas dessa vida longa.
De pé, recebi sobre os ombros o manto branco,
Símbolo luminoso da pureza.
Trouxe à mão o círio cuja chama anuncia a Tua vida santa a brilhar em mim.
E o meu coração transformou-se na manjedoura que por Ti espera.
Por pouco tempo!
Maria, Tua Mãe, e também minha, deu-me o nome.
À meia-noite depõe no meu coração o seu bebé, recém-nascido.
Oh! Não há coração humano que possa imaginar
O que Tu preparas para aqueles que Te amam (1Cor 2,9).
És meu para sempre e nunca Te deixarei.
Seja qual for o caminho que venha a trilhar estás sempre comigo.
E nada mais poderá separar-me do Teu amor (Rm 8,39).
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