Bem, como lhe ocorreu (a Bento XVI) a ideia não o sei dizer. Terá sentido que tinha de o fazer, certamente uma inspiração do Espírito Santo, porque já Paulo VI a certa altura também o fez – um outro Ano da Fé – e foi uma época muito tumultuosa.
Paulo VI disse aquela frase: "o fumo de Satanás entrou na Igreja" numa época muito difícil e ele, nesse Ano da Fé, escreveu esse belíssimo Credo do Povo de Deus.
Penso que estes tempos não são mais calmos que aqueles, não é?
E também há outra pista que podemos seguir, o Papa costuma falar de atitudes que no fundo são idolátricas, como o relativismo, o narcisismo, o consumismo, são coisas totalmente afastadas do que é a adoração ao verdadeiro Deus; portanto são atitudes idolátricas.
E na sociedade actual instalam-se continuamente novos ídolos levados na carruagem do consumismo, não é verdade? Então as pessoas penduram-se aí.
Na verdade, há uma necessidade muito grande renovar a fé, de rezar o Credo com o coração, de dizer "creio em Jesus".
O Papa de alguma maneira diz-nos o que Paulo dizia a Timóteo: "Lembra-te de Jesus Cristo". Ou seja, com este ano "Lembra-te de Jesus Cristo". Renovar a fé, revitalizá-la.
A resposta a toda esta idolatria reinante somente a dá Jesus, e a partir da cruz é de onde ele reina. Negamos a cruz de Jesus, negamos Jesus.
Um dado interessante deste paganismo; é um paganismo gnóstico, não é assim? "Sim, creio em Deus mas é um deus "spray"... um deus assim diluído, quase um panteísmo, mas um dado interessante sobre isto é a estatística dos gastos de coisas não necessárias na ordem mundial. O gasto de coisas necessárias, alimentos, remédios, não, isso deixemos de lado.
Das coisas que não são necessárias, das coisas supérfluas, o primeiro lugar está nas mascotes (animais de estimação). Gasta-se em mascotes no primeiro nível de gastos supérfluos. Idolatra-se a mascote, está a idolatria de comprar, alugar, ter um afecto que eu dou como quero, onde quero, sem a liberdade da resposta.
É toda uma caricatura do amor. E o segundo lugar tem a cosmetologia. Cosméticos. Na ordem mundial, não me lembro dos números mas são milhões e milhões, milhares de milhões que se gastam nestas duas coisas. Entretanto o Papa está a falar das crianças que morrem de fome em continentes em vias de desenvolvimento, África, Ásia América.
Primeiro as mascotes, depois se sobrar damos às crianças... e está a falar da beleza do espírito, da beleza do coração que não tem nada a ver com a beleza artificial do cosmético. Nós disfarçamos a beleza, quando não temos a beleza de Deus.
(Cardeal Bergoglio em entrevista exclusiva para a Eternal World Television Network EWTN, vídeo AQUI)
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