Homilia de 7/4/2012 [da Vigília Pascal]
Na Vigília Pascal, a Igreja fixa as suas atenções sobretudo na primeira frase da narração da Criação: «Deus disse: “Faça-se a luz”!» (Gn 1, 3). Emblematicamente, a narração da Criação começa pela criação da luz. [...] O facto de Deus ter criado a luz significa que criou o mundo como espaço de conhecimento e de verdade, espaço de encontro e de liberdade, espaço do bem e do amor. A matéria-prima do mundo é boa; o próprio ser é bom. E o mal não vem do ser que é criado por Deus, mas existe só em virtude da sua negação. É o «não».
Isto, porém, não se refere somente a Ele, nem se refere apenas à escuridão daqueles dias. Com a ressurreição de Jesus, a própria luz é novamente criada. Ele atrai-nos a todos, levando-nos atrás de Si para a nova vida da Ressurreição, e vence toda a forma de escuridão. Ele é o novo dia de Deus, que vale para todos nós. Mas como pode isto acontecer? Como é possível tudo isto chegar até nós, de tal modo que não se reduza a meras palavras, mas se torne uma realidade que nos envolve? Por meio do sacramento do Baptismo e da profissão da fé, o Senhor construiu uma ponte até nós, uma ponte pela qual o novo dia nos alcança. No Baptismo, o Senhor diz a quem o recebe: Fiat lux – faça-se a luz. O novo dia, o dia da vida indestrutível chega também a nós. Cristo toma-te pela mão. Daqui para a frente, serás sustentado por Ele e assim entrarás na luz, na vida verdadeira.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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