Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Apresentar a luz de Cristo ao Homem de hoje

Como Bento XVI vê a sua tarefa
Bento XVI disse, na missa de abertura do seu pontificado, que não apresentava um programa de governo". Mas, nas palavras que pronunciou, mostrou claramente que o fio condutor da sua acção como Papa seria o de renovar a fé em Jesus Cristo. Lembre-se que o cristianismo não é uma lista de preceitos, mas sim acreditar que Jesus Cristo é o Filho de Deus, crucificado e ressuscitado.

Confrontado aos que reduzem o programa de um Papa a uma série de mudanças estruturais na Cúria romana, etc. - que também podem ter lugar - , a prioridade de Bento XVI, em continuidade com o seu antecessor, configura-se em torno do fortalecimento dos cristãos na fé. Uma fé que é alegria e que salva o homem dos desertos interiores e exteriores, e dos mares amargos de todas as alienações.

Cada um é amado


A alegria da fé vem do facto de cada um de nós ser querido por Deus, como o Papa afirmou na missa de abertura do Pontificado.

"Quantas vezes gostaríamos que Deus se mostrasse mais forte! Que actuasse decisivamente, derrotando o mal e criando um mundo melhor. Todas as ideologias do poder se justificam assim, justificam a destruição do que quer que se oponha ao progresso e à libertação da humanidade. Nós sofremos pela paciência de Deus. E, no entanto, todos precisamos desta sua paciência. O Deus que se fez cordeiro diz-nos que o mundo é salvo através do que é destruído pela impaciência dos homens".

"Só onde está Deus, começa verdadeiramente a vida. Somente quando encontramos o Deus vivo em Cristo, sabemos o que é a vida. Nós não somos o produto casual e sem sentido de uma evolução. Cada um de nós é o resultado de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um é amado, cada um é necessário".

Além da centralidade da fé, nos seus primeiros discursos indicou outros pontos programáticos, embora - como disse - "não deixarão de aparecer outras ocasiões" para voltar a falar do assunto". De seguida, apresentamos os pontos mais significativos.

Escutar Cristo


Talvez o ponto que de maior ênfase seja o da própria resposta pessoal do Papa. "O meu verdadeiro programa de governo - disse ainda na missa do domingo, 24 de Abril - é não fazer a minha vontade, não seguir as minhas próprias ideias, mas pôr-me, unido a toda a Igreja, à escuta da palavra e da vontade do Senhor e deixar-me conduzir por Ele, de tal forma que seja o próprio Cristo a conduzir a Igreja nesta hora da nossa história".

O Papa, teólogo reconhecido, será o pastor Bento XVI, não o professor Ratzinger. E põe os seus talentos humanos ao serviço do seu ministério. Na missa, com o colégio cardinalício, de 20 de Abril, o dia a seguir ao da sua eleição, afirmou que "o Senhor quis-me para seu Vigário, quis-me ‘pedra' sobre a qual todos pudessem apoiar-se com segurança. Peço-lhe para compensar a pobreza das minhas forças, para que seja um pastor do seu rebanho valente e leal, sempre dócil às inspirações do seu Espírito". O novo Papa, disse, "sabe que a sua missão é fazer brilhar a luz de Cristo diante dos homens e mulheres de hoje: não a luz própria, mas a de Cristo".

Herança de João Paulo II


As referências a João Paulo II, ao exemplo da sua vida e da sua morte, foram constantes nas primeiras intervenções de Bento XVI. Algumas incluíam aspectos muito pessoais. Assim, face ao "sentido da desproporção e da perturbação humana" que o envolveram pela responsabilidade que lhe caía sobre os ombros, confessou aos cardeais que se sentia sereno: "Uma graça especial que me concedeu o meu venerado predecessor, João Paulo II. Parece-me sentir a sua mão forte a apertar a minha; parece-me ver os seus olhos sorridentes e ouvir as suas palavras, dirigidas particularmente a mim neste momento: não tenhas medo!".

Mencionou em várias ocasiões a herança que recebeu. João Paulo II "deixa uma Igreja mais valente, mais livre, mais jovem. Uma Igreja que, segundo o seu ensinamento e exemplo, olha com serenidade para o passado e não tem medo do futuro", disse aos cardeais. Na missa do início do pontificado acrescentou: "Sim, a Igreja está viva; esta é a maravilhosa experiência destes dias. Precisamente, durante os tristes dias da doença e da morte do Papa, algo se manifestou de um modo maravilhosamente evidente aos nossos olhos: que a Igreja está viva. E a Igreja é jovem. Ela tem em si o futuro do mundo e, portanto, indica-nos também, a cada um de nós, o caminho em direcção ao futuro".

Na linha do Vaticano II


Com o Jubileu do Ano 2000, "a Igreja entrou no novo milénio levando nas mãos o Evangelho, aplicado ao mundo através da releitura autorizada do Concílio Vaticano II". Se João Paulo II chamou ao Concílio a "bússola" de orientação no terceiro milénio, "também eu quero afirmar, com força decisiva, a vontade de manter os mesmos esforços, na sequência do Concílio Vaticano II, seguindo os passos dos meus predecessores e a fiel continuidade da tradição bimilenária da Igreja".

Para Bento XVI é significativa a coincidência de a sua eleição ter ocorrido em pleno ano dedicado à Eucaristia, "centro permanente e fonte do serviço petrino que me foi confiado". "Peço a todos que intensifiquem nos próximos meses o amor e a devoção a Jesus na Eucaristia e expressem valente e claramente a fé na presença real do Senhor, de modo especial através da solenidade e da correcção das celebrações".

Diálogo inter-religioso


A par com o tema da unidade entre os cristãos, o Papa também se referiu às relações com os crentes de outras religiões e com "aqueles que simplesmente procuram uma resposta às questões fundamentais da existência e ainda não a encontraram". Muito concretos foram já os seus gestos para com o povo judeu, "ao qual estamos estreitamente unidos por um grande património espiritual comum, que enraiza nas promessas irrevogáveis de Deus".

A todos "me dirijo com simplicidade e carinho, garantindo que a Igreja quer continuar a tecer com eles um diálogo aberto e sincero, na busca do verdadeiro bem do homem e da sociedade". O Papa não poupará esforços e sacrifício para prosseguir o diálogo com "as diversas civilizações, para que da compreensão recíproca nasçam as condições para um futuro melhor para todos".

Aos jovens, sem medo


"Penso particularmente nos jovens. Para eles, interlocutores privilegiados de João Paulo II, vai o meu abraço afectuoso esperando, com a mediação de Deus, de que nos encontraremos em Colónia, na próxima Jornada Mundial da Juventude. Convosco, queridos jovens, futuro e esperança da Igreja e da humanidade, continuarei a dialogar, escutando as vossas esperanças, com a intenção de vos ajudar a encontrarem sempre, de forma mais profunda, a Cristo, o eternamente jovem".

Estas palavras, pronunciadas face ao colégio cardinalício, foram completadas na missa de domingo. Recordou que a exclamação "Não tenhais medo!" de João Paulo II se dirigia a eles, jovens, em especial: "Não teremos todos, de certa maneira, medo de que, se deixarmos entrar Cristo totalmente em nós, se nos abrirmos totalmente a ele, ele possa interferir nas nossas vidas? Teremos medo de abrir mão de algo grande, único, que torna a vida mais bela? Não corremos o risco de nos metermos em apuros e sermos privados da nossa liberdade?

" E no entanto o Papa queria dizer: Não! Quem deixa entrar Cristo na sua vida, não perde nada, nada, - absolutamente nada - do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade são abertas as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos torna livres. Assim, hoje, eu gostava, com grande força e grande convicção, a partir da experiência de uma longa vida pessoal, dizer-vos, queridos jovens: Não tenhais medo de Cristo! Ele não tira nada e dá tudo. Quem se dá a ele, recebe cem vezes mais. Sim, abri, abri de par em par as portas a Cristo, e encontrareis a verdadeira vida".

Diego Contreras

(Fonte: Aceprensa online)

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