Mostra-Te, doce criança,
Trazida ao mundo por mãe tão casta,
Que deu à luz sem ter conhecido homem;
Mostra-Te, Mediador, em ambas as Tuas naturezas.
Ainda que nascido no tempo, da boca do Pai,
Engendrado pela Sua palavra (Lc 1,38),
Já habitavas no seio do Pai (Jo 1,2)
Ó Sabedoria eterna (1Co 1,24).
Tu és a Sabedoria que tudo criou (Pr 8,27),
Os céus, a luz e todas as coisas.
Tu és o Verbo poderoso que fez o universo (Heb 1,3)
Porque o Verbo é Deus (Jo 1,2).
Tendo ordenado o curso dos séculos
E fixado as leis do universo,
Este artesão do mundo, este construtor,
Permaneceu no seio do Pai.
Mas, quando se cumpriu o tempo,
Passados milhões de anos,
Desceste a visitar
Este mundo há muito pecador. [...]
Cristo não suportava a queda
Dos povos que se perdiam;
Não podia aceitar que a obra do Pai
Se dissolvesse em nada.
Revestiu-Se de um corpo mortal
A fim de que a ressurreição da nossa carne
Quebrasse as cadeias da morte
E nos conduzisse ao Pai. [...]
Não sentes, ó nobre Virgem,
Apesar dos dolorosos pressentimentos,
Que esse glorioso nascimento
Faz aumentar o brilho da tua virgindade?
Teu seio puríssimo contém o fruto bendito
Que encherá de alegria toda a criatura.
Por ti nascerá um mundo novo,
Aurora de um dia brilhante como o ouro.
Prudêncio (348-após 405), poeta em Espanha
«Emerge, dulcis pusio», extracto do hino de Natal «Quid est quod artum circulum»
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sem comentários:
Enviar um comentário