Hoje, Segundo Domingo do Advento (2010), fui a este blogue ('Que é a verdade?'), como faço todos os dias, à procura de algum tema de reflexão, ou melhor, que me permitisse suspender o tempo e …. pensar.
Dei comigo a olhar para o título do blogue e não consegui encontrar em lado nenhum, resposta que o Joaquim tenha dado a esta pergunta que titula o seu blogue.
Ocorreu-me então que dos muitos que alguma vez se terão posto esta questão há sem dúvida um que ficou para a história da humanidade, não só pela pergunta em si mas porque também, ele, foi protagonista da mais importante saga que constitui a salvação dos homens. Refiro-me, claro, a Pôncio Pilatos.
A verdade que ele ignorava e pretendia saber não é, evidentemente, a mesma verdade que o juiz pretende apurar no processo que lhe compete julgar, nem sequer é a mesma coisa que se diz ao filho comprometido com algo que fez: Tu, diz-me a verdade!
Não senhor, não é nenhuma destas “verdades”, aquela que o Pretor Romano queria saber.
Tratava-se de outra verdade muito mais ampla e incomensuravelmente mais importante. A mim parece-me que Pôncio Pilatos ou adivinhou a reposta ou a sabia intuitivamente e, por isso mesmo, porque era de tal forma grande, excepcional e comprometedora, não esperou pela resposta de Jesus, voltou-Lhe as costas e foi-se embora.
Se tivesse ficado e a tivesse ouvido dos lábios de Jesus, ficaria “agarrado” para todo o sempre a “essa verdade”, a sua vida transformar-se-ia de tal forma que não mais seria o mesmo Pôncio Pilatos, Pretor Romano, Administrador do César todo-poderoso que, de Roma, dirigia o seu imenso império.
Chego, portanto à conclusão, que o que levou Pilatos a abster-se de ouvir a resposta à sua questão, não foi nem o desinteresse nem o alheamento, foi pura e simplesmente a cobardia!
Pilatos sabia que a resposta de Jesus, seria, inevitavelmente:
- Queres de facto saber o que é a verdade?
Então, Pilatos, olha para Mim e vê: Eu…sou a verdade!
Porto, 2010.12.05
António Mexia Alves
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