Prosseguindo uma tradição inaugurada por Paulo VI em 1977, Bento XVI deslocou-se neste domingo a Ancona, localidade costeira 300 quilómetros a nordeste de Roma para a conclusão do congresso eucarístico nacional italiano a decorrer desde sábado dia 3 de Setembro.
Esta 24ª viagem do Papa, na Itália, coincide com o decimo aniversario dos atentados de 11 de Setembro e aos quais Bento XVI fez uma referencia antes da recitação do Angelus no final da celebração eucarística.
Constelada de santos e santas, a história bimilenária da Igreja é sinal eloquente de como precisamente da comunhão com o Senhor, a Eucaristia, nasce uma nova e intensa assunção de responsabilidade a todos os níveis da vida comunitária, nasce portanto um desenvolvimento social positivo que tem ao centro a pessoa especialmente aquela que é pobre, doente, ou se encontra em dificuldade. Esta a reivindicação de Bento XVI na homilia da Missa celebrada na área dos Estaleiros Navais de Ancona no encerramento do Congresso Eucarístico Nacional, recordando aos católicos italianos - representados pelos cerca de 100 mil fiéis que participaram na celebração – que uma espiritualidade eucarística é a alma de uma comunidade eclesial que supera divisões e contraposições e valoriza as diversidades de carismas e ministérios colocando-os ao serviço da unidade da Igreja, da sua vitalidade e da sua missão.
Na sua homilia o Papa salientou a necessidade de empenhar-se no sentido de restituir dignidade aos dias do homem e portanto ao seu trabalho, na procura da sua conciliação com os tempos da festa e da família e no empenho no sentido de superar a incerteza do trabalho precário e o problema do desemprego. Bento XVI indicou precisamente na redescoberta da espiritualidade eucarística o caminho a seguir para contribuir para o saneamento social.
“Alimentar-se de Cristo é o caminho para não permanecer estranhos ou indiferentes á sorte dos irmãos, mas entrar na mesma lógica de amor e de dom do Sacrifício da Cruz; quem sabe ajoelhar-se diante da Eucaristia, quem recebe o Corpo do Senhor não pode deixar de estar atento, no dia-a-dia às situações indignas do homem e sabe inclinar-se em primeira pessoa sobre as necessidades, sabe partir o próprio pão com o faminto, dividir a água com o sedento, revestir que está nu, visitar o doente e o preso".
Rádio Vaticano
Sem comentários:
Enviar um comentário