Bento XVI alertou hoje em Madrid para os perigos de um ensino superior baseado exclusivamente no utilitarismo, tendo desafiado os professores universitários a serem exemplares para os alunos e a procurarem a verdade com humildade.
A “genuína ideia de universidade” evita a “visão reducionista e distorcida do humano”, integrando “um ideal que não deve ser desvirtuado por ideologias fechadas ao diálogo racional, nem por servilismos a um lógica utilitarista de simples mercado, que olha para o homem como mero consumidor”, frisou o Papa.
As afirmações foram proferidas esta manhã na basílica de São Lourenço do Escorial perante 1500 jovens docentes do ensino superior inscritos na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), provenientes de instituições espanholas e de outros países, incluindo alguns dos participantes no recente congresso mundial das Universidades Católicas, de 12 a 14 passados, em Ávila, sobre “Identidade e missão da Universidade Católica”.
O discurso, proferido após a saudação do arcebispo de Madrid, cardeal Rouco Varela, e de um estudante, ressaltou a importância da “exemplaridade que se exige de todo o bom educador”, apelou aos professores para serem “estímulo e fortaleza” para os estudantes e acentuou que o ensino “não é uma simples transmissão de conteúdos, mas uma formação de jovens”.
No seu discurso, recordando o lema desta JMJ, sobre o enraizamento em Cristo e a firmeza na fé, o Papa perguntou-se onde é que os jovens de hoje poderão “encontrar pontos de referência, numa sociedade quebradiça e instável”. Por vezes – observou – “pensa-se que a missão de um professor universitário é exclusivamente a de formar profissionais competentes e eficazes que satisfaçam a procura laboral” do momento. Perante esta “visão utilitarista da educação, mesmo da educação universitária”, Bento XVI recordou “a genuína ideia de Universidade”, que a preserve de tal perspetiva “reducionista e distorcida do humano”.
“a universidade foi, e deve continuar a ser, a casa onde se busca a verdade própria da pessoa humana. Por isso, não é uma casualidade que tenha sido precisamente a Igreja quem promoveu a instituição universitária; é que a fé cristã nos fala de Cristo como o Logos por Quem tudo foi feito e do ser humano criado à imagem e semelhança de Deus.”
“Esta boa nova (observou ainda o Papa) entrevê uma racionalidade em toda a criação e contempla o homem como uma criatura que compartilha e pode chegar a reconhecer esta racionalidade”.
“Deste modo, a universidade encarna um ideal que não deve ser desvirtuado por ideologias fechadas ao diálogo racional, nem por servilismos a um lógica utilitarista de simples mercado, que olha para o homem como mero consumidor.
Falando da importante missão da Universidade, com a “honra e responsabilidade de transmitir” um genuíno “ideal universitário”, o Papa convidou os presentes a sentirem-se continuadores daqueles “homens e mulheres que se devotaram a propor e valorizar a fé perante a inteligência dos homens”.
“os jovens precisam de mestres autênticos: pessoas abertas à verdade total nos diversos ramos do saber, capazes de escutar e viver dentro de si mesmos este diálogo interdisciplinar; pessoas convencidas sobretudo da capacidade humana de avançar a caminho da verdade. A juventude é tempo privilegiado para a busca e o encontro com a verdade.”
Na parte final do seu discurso aos universitários espanhóis, Bento XVI, abordou um tema que lhe é caro – a relação entre conhecimento e amor, entre verdade e caridade:
“Não podemos avançar no conhecimento de algo, se não nos mover o amor; nem tampouco amar uma coisa em que não vemos racionalidade; porque «não aparece a inteligência e depois o amor: há o amor rico de inteligência e a inteligência cheia de amor». Se estão unidos a verdade e o bem, estão-no igualmente o conhecimento e o amor. Desta unidade deriva a coerência de vida e pensamento, a exemplaridade que se exige de todo o bom educador.”
A concluir, a advertência de que o verdadeiro mestre universitário terá a humildade de não centrará em si mesmo as atenções dos estudiosos, conduzindo-os isso sim à verdade que procuram.
“Na actividade intelectual e docente, a humildade é também uma virtude indispensável, pois protege da vaidade que fecha o acesso à verdade. Não devemos atrair os estudantes para nós mesmos, mas encaminhá-los para essa verdade que todos procuramos. Nisto vos ajudará o Senhor, que vos propõe ser simples e eficazes como o sal, ou como a lâmpada que dá luz sem fazer ruído.»
“a universidade foi, e deve continuar a ser, a casa onde se busca a verdade própria da pessoa humana. Por isso, não é uma casualidade que tenha sido precisamente a Igreja quem promoveu a instituição universitária; é que a fé cristã nos fala de Cristo como o Logos por Quem tudo foi feito e do ser humano criado à imagem e semelhança de Deus.”
“Esta boa nova (observou ainda o Papa) entrevê uma racionalidade em toda a criação e contempla o homem como uma criatura que compartilha e pode chegar a reconhecer esta racionalidade”.
“Deste modo, a universidade encarna um ideal que não deve ser desvirtuado por ideologias fechadas ao diálogo racional, nem por servilismos a um lógica utilitarista de simples mercado, que olha para o homem como mero consumidor.
Falando da importante missão da Universidade, com a “honra e responsabilidade de transmitir” um genuíno “ideal universitário”, o Papa convidou os presentes a sentirem-se continuadores daqueles “homens e mulheres que se devotaram a propor e valorizar a fé perante a inteligência dos homens”.
“os jovens precisam de mestres autênticos: pessoas abertas à verdade total nos diversos ramos do saber, capazes de escutar e viver dentro de si mesmos este diálogo interdisciplinar; pessoas convencidas sobretudo da capacidade humana de avançar a caminho da verdade. A juventude é tempo privilegiado para a busca e o encontro com a verdade.”
Na parte final do seu discurso aos universitários espanhóis, Bento XVI, abordou um tema que lhe é caro – a relação entre conhecimento e amor, entre verdade e caridade:
“Não podemos avançar no conhecimento de algo, se não nos mover o amor; nem tampouco amar uma coisa em que não vemos racionalidade; porque «não aparece a inteligência e depois o amor: há o amor rico de inteligência e a inteligência cheia de amor». Se estão unidos a verdade e o bem, estão-no igualmente o conhecimento e o amor. Desta unidade deriva a coerência de vida e pensamento, a exemplaridade que se exige de todo o bom educador.”
A concluir, a advertência de que o verdadeiro mestre universitário terá a humildade de não centrará em si mesmo as atenções dos estudiosos, conduzindo-os isso sim à verdade que procuram.
“Na actividade intelectual e docente, a humildade é também uma virtude indispensável, pois protege da vaidade que fecha o acesso à verdade. Não devemos atrair os estudantes para nós mesmos, mas encaminhá-los para essa verdade que todos procuramos. Nisto vos ajudará o Senhor, que vos propõe ser simples e eficazes como o sal, ou como a lâmpada que dá luz sem fazer ruído.»
Rádio Vaticano
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