Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

São Thomas More foi executado nesta data em 1535

“Morro um fiel servo do Rei, mas de Deus primeiro”. Terão sido estas as últimas palavras de São Tomás More, antes de ser decapitado. A frase traduz, lealmente, a vida deste político, que chegou a ser o braço direito de Henrique VIII e que teria tido uma carreira ainda mais frutuosa, se tivesse fechado os ouvidos ao brado da sua própria consciência.

Nascido em 1478, More destacou-se como erudito homem de letras. Contra a tendência do seu tempo, defendeu que a capacidade intelectual das mulheres era igual à dos homens e deu às suas filhas uma educação rigorosa e rica.

Nomeado chanceler em 1529, foi-se tornando um colaborador cada vez mais próximo do rei. Quando começaram a chegar às ilhas britânicas ecos das revoltas de Lutero contra a Igreja, More redigiu fortes e firmes defesas da Igreja Católica, em nome de Henrique VIII, posições que valeram ao rei o título “Defensor da Fé”, atribuído pelo Papa.

A conhecida polémica resultante da recusa por parte de Roma de reconhecer a anulação do casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão e o consequente afastamento do trono Inglês do poder Papal traduziram-se numa tensão terrível entre duas instituições pelas quais More sentia uma tremenda fidelidade.

O amor à Igreja falou mais alto. More recusou colaborar com as medidas anti-católicas de Henrique VIII. Absteve-se de participar na cerimónia de coroação de Ana Bolena e o Rei decidiu agir judicialmente.

Apresentaram-se falsos testemunhos e os juízes, entre os quais o pai, um irmão e um tio de Bolena, condenaram-no por alta traição.

Maria José Nogueira Pinto, que, enquanto política católica, cultiva um grande interesse e admiração pela figura deste santo, explica que o processo de More tem três vertentes importantes:

“É uma questão de consciência, mas é também o sacrifício de uma amizade, porque Thomas More e o rei tinham uma relação quase filial. E é, finalmente, uma questão de Estado, porque Thomas More percebe o que se está a passar e as repercussões de tudo aquilo que, aliás, ainda hoje se manifesta, no campo religioso”.

Para Maria José Nogueira Pinto, More é uma referência muito actual, porque “na política, continua a haver a tentação do caminho mais fácil. Uma visão pragmática, no pior sentido da palavra. Thomas More representa o oposto disso, elevando o respeito pelas convicções e pela consciência”.

Os relatos que nos chegaram dos seus últimos momentos referem que More manteve sempre a sua dignidade e até uma boa dose de humor. Quando lhe ofereceram ajuda para subir ao cadafalso aceitou, agradecido, mas logo adiantou: “Eu depois desço sozinho”.

A sua firmeza na defesa da fé valeu-lhe a canonização na Igreja Católica em 1935, tendo sido nomeado mais recentemente padroeiro dos políticos.

Filipe d’Avillez

(Fonte: ‘Página 1’, grupo Renascença na sua edição de 06.07.2010)

1 comentário:

joaquim disse...

Façamos a comparação com tantos politicos de hoje no nosso país, que dizendo-se católicos, apoiam as leis do aborto, do casamento homosexual, etc., etc.

Um abraço