São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador
Homilia «Na Oficina de José», de «Cristo que passa», §§ 55-56
José amou Jesus como um pai ama o seu filho, tratou-O dando-Lhe tudo que de melhor tinha. José, cuidando daquele Menino como lhe tinha sido ordenado, fez de Jesus um artesão: transmitiu-Lhe o seu ofício. Por isso, os vizinhos de Nazaré falavam de Jesus chamando-lhe indistintamente «carpinteiro» e «filho do carpinteiro» (Mt13,55). [...]
Por isso, Jesus devia parecer-se com José no modo de trabalhar, nos traços do Seu carácter, na maneira de falar. No realismo de Jesus, no Seu espírito de observação, no Seu modo de se sentar à mesa e de partir o pão, no Seu gosto por falar dum modo concreto tomando como exemplo as coisas da vida corrente, reflecte-se o que foi a infância e a juventude de Jesus e, portanto, a Sua convivência com José. Não é possível desconhecer a sublimidade do mistério. Esse Jesus que é homem, que fala com o sotaque de uma determinada região de Israel, que Se parece com um artesão chamado José, é o Filho de Deus. E quem pode ensinar alguma coisa a Deus? Mas é realmente homem e vive normalmente: primeiro como menino; depois como rapaz que ajuda na oficina de José; finalmente, como homem maduro, na plenitude da idade. «Jesus crescia em sabedoria, em idade e em graça diante de Deus e dos homens» (Lc 2,52).
José foi, no aspecto humano, mestre de Jesus; conviveu com Ele diariamente, com carinho delicado, e cuidou d'Ele com abnegação alegre. Não será esta uma boa razão para considerarmos este varão justo, este Santo Patriarca no qual culmina a fé da Antiga Aliança, Mestre de vida interior?
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