Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Hino ao Espírito Santo, de Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz)

Num clima místico, poucos meses antes da sua deportação para Auschwitz, nasce uma das mais belas orações de Edith Stein, Santa Benedita da Cruz. Um hino ao Espírito Santo. Foi o seu «último Pentecostes».

I
 Quem és tu,
 Doce luz que me preenche
 e ilumina a obscuridade do meu coração?
 Conduzes-me como a mão de uma mãe
 E se me soltasses,
 não saberia nem dar mais um passo.
 És o espaço que envolve todo meu ser e o encerra em si.
 Se Fosse abandonado por ti
 cairia no abismo do nada,
 de onde tu o elevas ao Ser.
 Tu, mais próximo de mim que eu mesmo
 e mais íntimo que minha intimidade,
 E, sem dúvida,
 permaneces inalcançável e incompreensível,
 E que faz brotar todo nome:
 Espírito Santo — Amor eterno!

II
 Não és Tu
 O doce maná
 que do coração do Filho flui para o meu,
 alimento dos anjos e dos bem aventurados?
 Aquele que da morte à vida se elevou,
 Também a mim despertou a uma nova vida
 Do sono da morte.
 E nova vida me doa
 Dia após dia.
 E um dia me cumulará de plenitude.
 Vida de minha Vida.
 Sim, Tu mesmo,
 Espírito Santo, – Vida Eterna!

III
 Tu és o raio
 que cai do Trono do Juiz eterno
 e irrompe na noite da alma,
 que nunca se conheceu a si mesma?
 Misericordioso e impassível
 penetras nas profundezas escondidas.
 Se ela se assusta ao ver-se a si mesma,
 Concedes lugar ao santo temor,
 princípio de toda sabedoria
 que vem do alto,
 e no alto com firmeza nos unes à tua obra,
 que nos faz novos,
 Espírito Santo — Raio penetrante!

IV
 Tu és a plenitude do Espírito
 e da força
 com a qual o Cordeiro rompe o selo
 do segredo eterno de Deus?
 Impulsionados por ti
 os mensageiros do Juiz
 cavalgam pelo mundo
 e com espada afiada separam
 o reino da luz do reino da noite.
 Então surgirá um novo céu
 E uma nova terra,
 e tudo retorna ao seu justo lugar
 graças a teu alento:
Espírito Santo — Força triunfante!

V
 Tu és o mestre construtor da catedral eterna
 que se eleva da terra aos céus?
 Por ti vivificadas as colunas se elevam
 Para o alto e permanecem imóveis e firmes.
 Marcadas com o nome eterno de Deus
 se elevam para a luz
 sustentando a cúpula,
 que cobre, qual coroa,
 a santa catedral,
 tua obra transformadora do mundo,
 Espírito Santo — Mão criadora!

VI
 Tu és quem criou o claro espelho,
 Próximo ao trono do Altíssimo,
 como um mar de cristal
 aonde a divindade se contempla amando?
 Tu te inclinas
 sobre a obra mais bela da criação,
 e resplandecente te ilumina
 com teu mesmo esplendor.
 E a pura beleza de todos os seres,
 Unida à amorosa figura da Virgem,
 tua esposa sem mancha:
 Espírito Santo — Criador do Universo!

VII
 Tu és o doce canto do amor
 e do santo recato,
 que eternamente ressoa
 diante do trono da Trindade,
 e desposa consigo os sons puros de todos os seres?
 A harmonia
 que une os membros com a Cabeça,
 onde cada um encontra feliz
 o sentido secreto de seu ser,
 e jubilante irradia,
 livremente desprendido em teu fluir:
 Espírito Santo — Júbilo eterno!

Santa Teresa Benedita da Cruz

In Pátio dos Gentios

© SNPC | 29.05.12 

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