Diante
da busca actual pela espiritualidade, muita gente recorre à meditação
transcendental*. Que diferença há entre a meditação transcendental e a
meditação cristã?
Em poucas
palavras, diria que a essência da meditação transcendental é que o homem se expropria
do próprio eu, se une à "essência universal do mundo"; portanto, fica
um pouco despersonalizado. Pelo contrário, na meditação cristã, não perco a
minha personalidade, entro numa relação íntima com a pessoa de Cristo, entro em
relação com o
"Tu" de Cristo, e assim o meu "eu" não se perde, mantém a
sua identidade e responsabilidade. Ao mesmo tempo, abre-se, entra numa unidade
mais profunda, a unidade do amor, que não destrói.
Portanto,
diria, simplificando um pouco, que a meditação transcendental é impessoal e, neste
sentido, "despersonalizante", ao passo que a meditação cristã é
"personalizante" e abre a pessoa a uma unidade profunda, que nasce do
amor e não da dissolução do eu.
* Técnica
proposta pelas religiões orientais (hindufsmo, budismo) e que delas passou para
inúmeras seitas e grupos New Age; visa atingir o completo esvaziamento
interior, a total ausência de desejos e sofrimentos, a fim de preparar a pessoa
para a dissolução do seu "eu" no nirvana
(Cardeal
Joseph Ratzinger em ‘El relativismo, nuevo rostro de Ia intolerância’)
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