Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 22 de março de 2011

Quaresma

«Chegaram os dias de penitência»

Cubro-me de cinzas,
visto-me de saco,
prostro-me no chão.

Sou pobre,
sou nada,
sou pecador,
Senhor,
tem compaixão.

Mas não estou desolado,
não tenho medo,
nem temor,
não estou esmagado,
nem desesperado,
porque Te tenho,
Senhor.

Se me dói o meu pecado,
alegra-se-me o coração,
porque Tu estás comigo
e me tomas pela mão.

Vem,
dizes-me Tu,
caminha comigo agora
no deserto da tentação.

Vais tropeçar,
vais cair,
vais te arrastar pelo chão.

Mas Eu ali estarei,
junto a ti,
tão junto,
que tu e Eu seremos um,
e onde Eu estou,
meu filho,
está toda a salvação.

Vem,
parte sem medo,
para estes quarenta dias,
a caminhar dentro de ti.

Onde encontrares a secura,
a sede, a aridez,
onde experimentares a dor,
a frustração e incerteza,
Eu te farei descobrir,
a água da fonte mais pura,
recheada de bondade,
repleta de um só amor,
que te vai matar a sede,
a sede do meu perdão,
que te acompanhará nas quedas,
no tropeçar e cair,
mas que em todos os momentos,
te levanta com doçura,
e te afaga o coração.

Por isso não desespero,
antes espero e confio,
porque Aquele que tudo vence,
vai comigo para o deserto,
o deserto da tentação,
onde me hei-de encontrar,
com toda a minha fraqueza,
com todo o meu pecado,
para no fim do caminho,
nos Seus braços transportado,
saber que a morte é passagem,
não é fim,
nem maldição,
mas apenas a porta que se abre,
e me leva à salvação.

«Chegaram os dias de penitência»

Hei-de caminhá-los conTigo,
na paz e na oração,
olhos tristes do pecado,
o arrependimento no peito,
os passos talvez vacilantes,
mas apenas por um bocado,
porque Te sei a meu lado,
bem dentro do coração.

E então a alegria irrompe,
porque sei,
porque acredito,
que no fim da Tua Paixão,
quando pendes a cabeça na Morte,
nada acaba,
tudo começa,
e o Céu e a Terra juntos,
proclamam a Ressurreição.

Marinha Grande, 9 de Março de 2011 
Joaquim Mexia Alves

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