Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 26 de março de 2011

O urso do Papa (Editorial)

Na dedicação da paróquia romana de São Corbiniano - exemplar pela cura e participação dos fiéis, entre os quais muitíssimas crianças - estavam presentes três sucessores do fundador da diocese de Freising: além de Joseph Ratzinger, hoje Papa com o nome de Bento XVI, os cardeais Friedrich Wetter e Reinhard Marx. Um facto excepcional, que o pároco ressaltou na sua calorosa saudação inicial.

Na homilia o bispo de Roma, sucessor do primeiro dos apóstolos, improvisou uma breve reflexão sobre este monge francês, atraído pela vida contemplativa, que veio a Roma para fundar um mosteiro. Mas nesta cidade a vida mudou de modo inesperado: o Papa ordenou-o bispo para a Baviera, onde a população "queria tornar-se cristã, mas faltava gente culta, faltavam sacerdotes para anunciar o Evangelho".

A escolha de Gregório II, que se revelou de universalidade - de facto, o santo "relaciona a França, a Alemanha e Roma - e ao mesmo tempo de unidade: Corbiniano diz-nos que "a Igreja está fundada sobre Pedro" e que era a mesma "de hoje". Por uma razão muito simples: Cristo é o mesmo, "a Verdade, sempre antiga e sempre nova, muito actual, presente, e abre para o futuro".

Falando aos fiéis Bento XVI mencionou o urso que escolheu colocar no seu brasão, episcopal e depois papal. Joseph Ratzinger tinha escrito sobre ele pela primeira vez no livro autobiográfico, tão pequeno quão precioso, que publicou no seu septuagésimo ano e no qual recolheu as suas recordações até à consagração episcopal. Narrando como o monge impôs ao animal, que tinha devorado o cavalo de Corbiniano em viagem para Roma, de carregar o seu fardo.

Ratzinger, nas pegadas do predilecto Agostinho, explicava que aquele peso - a carga episcopal de quem "puxa a carroça de Deus neste mundo" - foi imposto a Corbiniano e ao bispo africano, ambos atraídos pela contemplação e pelo estudo. "Mas precisamente deste modo eu estou próximo de ti, sirvo-te, tu tens-me na mão", concluía o cardeal já em Roma. Confiando-se ao único Senhor, como faz todos os dias Bento XVI. Que permanece sempre muito afeiçoado ao seu urso.

GIOVANNI MARIA VIAN - Director


(© L'Osservatore Romano - 26 de Março de 2011)

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