Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal em tempo de guerra!

Sozinho
Na minha tenda, numa noite destas!

Tão longe o tempo da mocidade,
do sapatinho na chaminé

A que distância
a noite alegre
a recitar versos,
a cantar fados,
a dizer coisas sem importância.

Sozinho
Na minha tenda, numa noite destas!

A meu lado,
de repente,
serenos e confiantes,
como se fosse LÁ
e não AQUI,
obedecendo a rito já antigo,
ELES vêm pouco a pouco:

O meu Pai,
a minha Mãe,
os Manos,
a criadagem.

E eu, sem peru,
nem Bolo Rei
e até
(que tristeza)
sem versos.

Como derradeira ilusão
Lá, no meu quarto vazio,
eu sinto que o coração
se transforma em Presépio
e sereno e grave me ajoelho
e eu e ELES rezamos:

- Graças meu Deus!

- Menino, Te Deum Laudamus!

Angola, Bessa Monteiro, Natal 1963

António Mexia Alves

Nota de JPR: a fotografia publicada não corresponde à do autor do poema, mas inserimo-la por nela se enquadrar muito do espírito desta tão linda época. Obrigado e um Santo Natal para todos!

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