No meio da correria e actividade frenética que antecedem o Natal, queixamo-nos de o essencial passar ao lado. Mas como, habitualmente, Deus costuma andar longe da nossa vida - e da nossa acção - fica tudo reduzido à canseira das compras, à troca de presentes e aos excessos gastronómicos.
Tudo embrulhado em papel vistoso – claro - e típicas iluminações natalícias, de preferência, inócuas sem qualquer referência ao nascimento de Cristo.
Pois no Iraque é o oposto: não há iluminações nem decorações natalícias, nem sequer nas igrejas. E não haverá Missa do Galo em nenhuma igreja cristã de Bagdad, Mossul e Kirkuk. Esta noite, os cristãos que, corajosamente, ainda lá vivem, fecham-se em suas casas para celebrar o acontecimento decisivo que põe as suas vidas em risco: o nascimento do Salvador.
Com que emoção os nossos irmãos do Iraque acolherão esta noite o Deus menino que vem ao nosso encontro!... Ele que é a verdadeira beleza e a verdadeira luz e quer partilhar a nossa condição humana, em pobreza e simplicidade.
O presépio é disso que fala. Peçamos, pois, também para nós, aqui em Portugal, um coração disponível para acolher o amor infinito que vem ao nosso encontro.
Aura Miguel
(Fonte: ‘Página 1’, grupo RR, na sua edição de 21.12.2010)
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