O problema não está no modelo de financiamento das Parcerias Público Privadas. O problema está, como aos microfones da Renascença, o Juiz Carlos Moreno denunciava, ontem, no facto de “o Estado ter negociado de forma desleixada os contratos de concessão”.
Projectos anunciados a custo zero, como os da Ponte Vasco da Gama/ e 25 De Abril ou da Fertagus ,nas contas do juiz, já apresentam ,no seu conjunto, uma derrapagem de 550 milhões de euros que fatalmente será cobrada ao contribuinte.
Mas os exemplos não se ficam por aqui. O livro “Como o Estado gasta o nosso dinheiro” publicado há poucas semanas, por Carlos Moreno prova, à saciedade, esse desleixo que nos sai caro.
Pior ainda: sobre a mesa desta negociação ruinosa está , actualmente a hipótese de várias concessionárias (perante a redução das expectativas de lucro futuro…) conseguirem ainda junto das Estradas de Portugal um novo negócio escandaloso com a entrega ,por inteiro, das portagens cobradas a troco da garantia de uma renda fixa para futuro. Mais uma vez o risco passaria para as mãos do Estado e o lucro certo para as mãos dos privados.
E o que explica esta ruinosa gestão da causa pública? Sem dúvida a falta de poderes do Tribunal de Contas. Sem poderes alargados de “punição da má gestão financeira” os políticos continuarão a poder fazer ouvidos de mercador aos alertas do tribunal.
Mas há mais: a promiscuidade entre políticos e interesses privados. E aqui uma forte vassourada seria bem mais eficaz, para o reequilíbrio das contas públicas, do que mil planos de austeridade.
(Fonte: site Rádio Renascença)
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