“O respeito da liberdade religiosa” é “a pedra fundamental do edifício dos direitos do homem”: sublinhou em Nova Iorque D. Dominique Mamberti, secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, intervindo na sexagésima quinta sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. O prelado advertiu que, “se falta a liberdade religiosa, todos os direitos do homem correm o risco de passarem a ser (considerados) uma concessão dos governos ou, quando muito, o resultado de um equilíbrio de forças sociais, por sua natureza variável”.
No horizonte da paz e dos direitos humanos no mundo, o responsável do Vaticano pelo sector dos “Negócios Estrangeiros” reconheceu os grandes progressos obtidos no campo do desarmamento – entre os quais a entrada em vigor, a 1 de Agosto passado, do Tratado para a eliminação das bombas de fragmentação – a não proliferação nuclear, mas (advertiu) não faltam motivos de preocupação”. Referindo o contínuo aumento das despesas militares no mundo, Mons. Mamberti sublinhou que “permanece o problema do exercício do legítimo direito dos Estados a um desenvolvimento pacífico do nuclear, compatível com um eficaz controlo internacional da não proliferação”. Sobre os futuros passos a dar, o prelado sublinhou a importância do “diálogo e da cooperação internacional”.
Detendo-se sobre a acção desenvolvida pelas forças de paz, D. Dominique Mamberti pôs em destaque “o papel cada vez mais importante da ONU e das organizações regionais na diplomacia preventiva”. Na maior parte dos conflitos – fez notar, citando Israel, Palestina, Iraque, Myanmar, regiões do Cáucaso e Sudão – “entra em jogo um importante elemento económico”. Daqui o “contributo essencial” que para o diálogo poderia oferecer “um substancial melhoramento das condições de vida” daquelas populações.
Em relação à recente Cimeira sobre os Objectivos do Milénio e aos compromissos novamente assumidos pelos Estados, Mons. Mamberti chamou a atenção para dois “grandes imperativos”. Para além de manterem as suas promessas de ajuda ao desenvolvimento, os países ricos devem “criar e fazer funcionar imediatamente um sistema financeiro e comercial favorável aos países mais débeis”. Todos, ricos e pobres, devem “assegurar uma viragem ética” que garanta “um bom governo e desenraíze a corrupção”. Aquele diplomata do Vaticano concluiu detendo-se ainda nos desafios éticos ligados ao ambiente e sobre a falta de “uma atenção decidida e eficaz” para com os refugiados. “O interesse fundamental de todos os governos – concluiu – deve ser a criação e a manutenção das condições necessárias para desenvolver plenamente o bem integral” de cada pessoa.
(Fonte: site Rádio Vaticano)
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