Sócrates atirou, finalmente, a toalha ao chão. À sua maneira, anunciou medidas, tornadas inevitáveis, como se tivesse sido uma decisão sua e não contradissessem o que tem anunciado.
A necessidade que Teixeira dos Santos sentiu de clarificar que o corte salarial era para durar, e não apenas para 2011, como havia dito o PM, é elucidativa de quem fez as contas. Mais coisa menos coisa, estas nem eram muito difíceis de fazer. Exigiam cortes na despesa e aumentos de impostos.
A redução dos vencimentos dos funcionários públicos, tinha-se tornado obrigatória em função da incapacidade do governo de reformar a administração pública e controlar o despesismo latente na miríade de serviços e instituições que a constituem ou dela emanam. Agora, na medida em que contribuem para corrigir o défice, acelerar as reformas passará a ser uma prioridade para os funcionários públicos, a sua rede de segurança. Às vezes, nem tudo o que parece é.
Quanto às restantes medidas, sabem da minha predilecção: garantir a rede social que assegure um mínimo de subsistência digno; não abdicar de tentar crescer. Não ouvi referências a incentivos fiscais ao investimento e à exportação. Não gosto de aumentos do IVA por penalizarem as famílias de rendimentos mais baixos, forçadas a gastar o que ganham. Percebo que é um dos impostos que produz efeito mais depressa.
Estas medidas não são perfeitas. Como disse o ministro, há espaço para negociar. Como já avisei, isto vai doer. Doeria menos se tivéssemos agido mais cedo. Assim, teve de ser!
ALBERTO CASTRO, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
(Fonte: JN online)
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