Superiora das Missionárias da Caridade fala sobre o sofrimento e declara que não está preocupada com a canonização da fundadora, Madre Teresa de Calcutá
A superiora geral das Missionárias da Caridade, Irmã Mary Prema, afirma que o “maior sofrimento é o espiritual” e que “é mais simples cumprir os serviços físicos das «obras de misericórdia corporais»”.
Em entrevista à Agência Fides, do Vaticano, a responsável máxima pela congregação religiosa católica fundada por Madre Teresa de Calcutá considera que “os serviços espirituais da caridade exigem um compromisso muito maior”, nomeadamente através da oração.
A Irmã Mary Prema defende que o sofrimento não é uma punição de Deus, sendo antes causado por decisões individuais, pela condição humana marcada por uma “natureza frágil” e por realidades que “estão além do nosso alcance”, como as “catástrofes naturais”.
“Podemos aproveitar o sofrimento para nos aproximarmos de Deus e pedir-lhe a graça de resistir e ser capaz de gerir esta dor”, sublinha, acrescentando que as dores físicas, psicológicas e espirituais constituem uma oportunidade de transformação das pessoas “em homens e mulheres melhores e mais profundos”.
Na entrevista concedida na cidade indiana de Calcutá, sede da congregação, a superiora recorda que Madre Teresa “não estava interessada em coisas grandes” nem se “preocupava em fazer publicidade ou algo parecido”.
“As Missionárias da Caridade parecem uma grande organização, mas não fazemos planos para os próximos dez anos”, diz a responsável, assinalando que as religiosas tentam “permanecer abertas ao que Deus pede”, uma orientação que já havia sido dada pela fundadora.
“Ela não nos deu indicações relativas a programas futuros. Além do facto de que devemos empenhar-nos sempre mais em nos tornarmos santas”, salienta a Irmã Mary Prema.
A responsável pelas Missionárias da Caridade também explica o percurso das religiosas que entram na congregação.
“Desde o início do seu caminho que as noviças têm a oportunidade de trabalhar com os pobres nos bairros degradados”, além de receberem “noções de cuidados dos doentes” e “uma formação básica em teologia, história da Igreja, catequese e Sagradas Escrituras”, refere a superiora
A poucos dias do centenário do nascimento de Madre Teresa de Calcutá, que se assinala a 26 de Agosto, surge com frequência o tema da sua canonização, que a inscreveria na lista dos santos e a tornaria digna de culto público universal, além de ser dada aos fiéis como intercessora junto de Deus.
“Não acho que isso seja tão importante. Toda a gente sabe que ela é santa. Tanto hinduístas quanto cristãos aqui em Calcutá e na maioria dos lugares onde estamos. Todos esperam um milagre [condição essencial para a canonização]... mas Madre Teresa era o milagre para o mundo e para a humanidade”, frisa a Irmã Mary Prema.
(Fonte: site Agência Ecclesia)
Sem comentários:
Enviar um comentário