Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 19 de junho de 2010

Os defensores das alterações climáticas face a uma opinião pública mais céptica

Quanto mais se estudam os possíveis efeitos do aquecimento global, menos claras aparecem as previsões que auguram mudanças catastróficas. A última tem que ver com a expansão da malária. Vinha-se dizendo que o aumento da temperatura suporia a extensão da doença a novas zonas. Mas um estudo publicado na Nature (20-05-2010) por uma equipa americano-britânica não encontrou nenhuma correlação entre a evolução das temperaturas médias e a extensão do paludismo

Segundo o trabalho destes cientistas, apesar de ao longo do século XX a temperatura se ter elevado 0,8º C, a extensão da malária regrediu." A repetida afirmação de que o aumento das temperaturas médias provocou, à escala mundial, um aumento da morbilidade e da mortalidade da malária, está em contradição com as tendências mundiais à baixa tanto no seu carácter endémico como na sua extensão geográfica", resumem os cientistas que pela primeira vez quantificaram o decrescimento mundial da malária desde 1900.

O director destes trabalhos, Pete Gething, da Universidade de Oxford, declara: "Sabemos que o aquecimento pode aumentar a transmissibilidade do paludismo, mas os retrocessos importantes que medimos produziram-se durante um século em que as temperaturas aumentaram. Claramente, a mudança climática não explica tudo". Mais decisivas do que a subida da temperatura foram as medidas de prevenção - como o uso de mosquiteiros impregnados de insecticidas - e o acesso aos medicamentos.

O retrocesso da malária observa-se em todas as regiões do mundo, excepto em algumas pequenas zonas da África Oriental, América Central ou China Meridional.

Uma opinião pública mais céptica

O caso da malária confirma que os peritos devem ser muito cautelosos ao falar dos possíveis efeitos do aquecimento global, pois os excessos anteriores levaram a que a opinião pública se manifeste hoje mais céptica. Dados recolhidos no International Herald Tribune (25-05-2010) mostram esta tendência. Uma sondagem publicada em Der Spiegel mostra que a percentagem de alemães que temem os efeitos das alterações climáticas é actualmente de 42%, face aos 58% de há três anos. No Reino Unido, segundo um estudo da BBC, a percentagem de britânicos que crêem numa alteração climática provocada pelo homem baixou para 26% face aos 41% de Novembro passado. De facto, o novo Primeiro-ministro David Cameron mal falou no tema na passada campanha eleitoral.

Nos EUA, onde sempre tem havido menor sensibilidade para este tema, numa recente sondagem do Pew Research Center que perguntava quais as prioridades que o Governo deveria afrontar, as mudanças climáticas figuravam no último lugar de uma lista de 21 problemas.

Na evolução da opinião pública nota-se que contribuiu o efeito do chamado "Climategate" de finais do ano passado, quando se divulgaram as mensagens electrónicos escritas por peritos da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, que mostravam que os cientistas tinham alterado alguns dados sobre as temperaturas para se enquadrarem na sua tese sobre o aquecimento global. A isto somou-se a descoberta de alguns erros circunstanciais no parecer do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas.

Por outro lado, um Inverno mais frio que o habitual no Norte da Europa e nos EUA reforçou a impressão de que a Terra não está a aquecer.

Para fazer frente a este novo cepticismo da opinião púbica, que torna difícil a adopção de medidas que exijam sacrifícios e mais ainda em tempos de crise económica e desemprego, os defensores da realidade das alterações climáticas lançaram uma contra-ofensiva. Cientistas da França, da Holanda e dos EUA assinaram cartas abertas em que subscrevem esta tese, entre elas uma publicada na revista Science (7-05-2010). Asseguram que os erros verificados no Parecer do IPCC na sua maior parte eram de escassa importância e que, em qualquer caso, não invalidavam as provas de que as alterações climáticas são reais e influenciadas pela actividade humana.

Mas também é muito real que houve uma mudança no clima da opinião pública: se antes os "climacépticos" eram tratados como hereges não frequentáveis, agora são os que crêem no aquecimento global os que estão na defensiva e se vêm obrigados a tentar convencer o público.

Aceprensa

1 comentário:

Anónimo disse...

O que os capixabas pensam sobre Mudanças Climáticas?

De modo a conhecer o perfil de percepção ambiental da sociedade frente à problemática (causas, efeitos, prós e contras) das Mudanças Climáticas, tendo como base a Região da Grande Vitória, ES - municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica - o Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA (grupo sem fins lucrativos), desenvolveu uma pesquisa (35 aspectos abordados) com 960 pessoas (+ - 3% de erro e 95% de intervalo de confiança), com o apoio da Brasitália.

Metade dos entrevistados foi de pessoas com formação católica e, os demais, evangélica. Apesar de a amostra ter sido constituída dessa forma o objetivo da pesquisa não visa individualizar os resultados da pesquisa para cada segmento religioso em questão.

Os entrevistados admitem ler regularmente jornais e revistas (48,1%), assistem TV (58,3%), não participam de Audiências Públicas convocadas pelos órgãos normativos de controle ambiental (88,9%), bem como de atividades ligadas ao Meio Ambiente junto às comunidades (não – 43,2% / não, mas gostaria – 39,7%), apresentam um reduzido conhecimento das ONGs ambientalistas (4,9%), não acessam (72,8%) sites ligados à temática ambiental (19,1% não tem acesso a computador), além de indicarem o baixo desempenho das lideranças comunitárias no trato das questões ambientais (29,2% / sendo que 40,0% admitem não conhecer as lideranças de suas comunidades), e admitem interesse por temas ligados à temática ambiental (42,3% / 44,2% apenas às vezes).

Admitem conhecer termos (não verificada a profundidade do conhecimento assumido) como biodiversidade (63,6%), Metano (51,7%), Efeito Estufa (81,3%), Mudanças Climáticas (84,7%), Crédito de Carbono (26,0%), Chuva Ácida (57,8%), Agenda 21 (16,5%), Gás Carbônico (60,9%), Clorofuorcarbonos (36,6%), Aquecimento Global (85,4%), bicombustíveis (74,1%), Camada de Ozônio (74,3%) e Desenvolvimento Sustentável (69,5%), com 70,0% do grupo relacionando às atividades humanas às Mudanças Climáticas e que a mídia divulga muito pouco os temas relacionados ao meio ambiente (44,2%), apesar da importância do tema.

A ação do Poder Público em relação ao meio ambiente é considerada fraca (48,2%) ou muito fraca (30,2%), os assuntos ligados à temática ambiental são pouco discutidos no âmbito das famílias (60,1% / 15,5% admitem nunca serem discutidos), enquanto a adoção da prática da Coleta Seletiva só será adotada pela sociedade se for através de uma obrigação legal (34,3%) e que espontaneamente apenas 35,7% adotariam o sistema. Indicam que os mais consumos de água são o “abastecimento público” (30,3%), seguido das “indústrias” (22,9%) e só depois a “agricultura” (10,7%), percepção inversa a realidade.

Em análises em andamento, os resultados da pesquisa serão correlacionados com variáveis como “idade”, “gênero”, “nível de instrução”, “nível salarial”, “município de origem”, entre outras, contexto que irá enriquecer muito a consolidação final dos resultados, aspectos de grande importância para os gestores públicos e privados que poderão, tendo como base uma pesquisa pioneira no ES, definir ações preventivas e corretivas voltadas ao processo de aprimoramento da conscientização ambiental da sociedade.

É importante explicitar que, com o apoio do NEPA, está pesquisa já está sendo iniciada em outras capitais. O grupo está aberto a realizar parcerias de modo a assegurar, progressivamente, o conhecimento do perfil nacional da sociedade em relação à temática das Mudanças Climáticas. Não há como ignorar, se é que ainda não se deu a plena atenção a este fato, a importância da participação consciente da sociedade nas discussões que envolvem este importante tema.




Roosevelt S. Fernandes, M. Sc.

Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA

roosevelt@ebrnet.com.br