Reforçar o diálogo entre ortodoxos e católicos: este o objectivo dos dois “Dias de cultura e espiritualidade russa no Vaticano”, nesta quarta e quinta-feira, 19 e 20 de Maio. Momento culminante será, neste tarde, na Sala Paulo VI, no Vaticano, às 18h locais – um Concerto da Orquestra nacional russa de São Petersburgo, oferecido ao Papa pelo Patriarca de Moscovo e de todas as Rússias, Sua Santidade Cirilo I.
Do programa fazem parte peças de variados compositores russos: Sergey Rachmaninov, Nicolay Rimsky-Korsakov, Modest Musorgskij, Piotr Chaikowsky e o próprio metropolita Hilarion, do qual se executado um “Canto da Ascensão”.
No final, Bento XVI dirigirá a palavra aos presentes.
Na manhã de ontem, quarta-feira, teve lugar um encontro entre o Metropolita Hilarion Alfeev do Patriarcado de Moscovo; o Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper; e o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, D. Gianfranco Ravasi, que presidiu depois a uma conferência de imprensa. Quando se fala de cultura não se pode prescindir da dimensão espiritual, observou D. Ravasi, enquadrando estes dois Dias de cultura e espiritualidade russo, que (fez notar) ocorrem no ano de centenário, em Dezembro próximo, da morte do grande escritor russo Tolstoj, e que antecipam o ano 2011, dedicado, na Itália, à cultura russa. Dias que marcam uma nova etapa no caminho ecuménico, como frisou o Cardeal Kasper: “Parece-me que justamente este diálogo cultural seja de particular importância e actualidade, quando se fala de diálogo entre Oriente e Ocidente. Muitas vezes já se disse e escreveu que a triste milenária separação entre Oriente e Ocidente não é causada apenas por diferenças teológicas, nem mesmo só por conflitos políticos, mas, sobretudo, por um distanciamento, uma irritação e uma alienação cultural, que hoje, sob o signo da integração entre Oriente e Ocidente Europeus, devemos superar, não no sentido de um nivelamento, mas no sentido de um recíproco enriquecimento, numa comunhão sem fusão ou assimilação. Tal comunhão não é uma realidade separada das outras, mas torna-se num forte testemunho comum da riqueza da cultura europeia e das suas raízes cristãs, hoje, infelizmente, muitas vezes esquecidas ou mesmo negadas e rejeitadas."
Ontem, quarta-feira, à tarde, na paróquia ortodoxa russa de Santa Catarina de Alexandria decorreu um Simpósio tendo como tema “Ortodoxos e Católicos na Europa de hoje. As raízes cristãs e o comum património cultural do Oriente e do Ocidente”, em que intervieram, para além das três personalidades já referidas, o historiador católico André Riccardi (fundador da Comunidade de Santo Egídio) e duas figuras do mundo cultural e político russo, respectivamente Pavel Lungin e Boris Ananiev.
(Fonte: site Radio Vaticana)
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