Aproxima-se a passos largos o culminar desta Quaresma. Desde o seu início que temos vindo a considerar a Confissão Sacramental. Uma Confissão serena e completa, com o firme propósito de satisfazer as dívidas que possamos ter com o Senhor. O Sacerdote irá absolver-nos e despedir-nos em paz e, essa paz, encherá o nosso coração e dará novo impulso à nossa vida.
(AMA, meditação sobre a Confissão Quaresmal, 2010.02.25)
Meditação:
Pergunto-me, muitas vezes, se Judas seria absolutamente necessário à história da Redenção. Esta figura sinistra de traidor, este homem estranho, credor de uma confiança sem limites por parte do Salvador, que terá sido, provavelmente, um dos setenta e dois que o Mestre enviou a pregar o reino de Deus, que talvez tenha feito milagres e operado portentos sobrenaturais, este homem encarnou uma personalidade que ficou para a história como o sinónimo da traição mais abjecta e soes.
A “venda” de Jesus por umas trinta moedas de prata.
É como que uma mancha indelével no final da vida terrena de Jesus Cristo, sobretudo porque, contrasta de forma tão flagrante com os outros discípulos mais próximos do Mestre.
Eles eram homens simples, com pouca cultura e pouca fé; um até jurou que O não conhecia; outros, quase todos, fugiram espavoridos na hora da provação. Mas todos regressam, voltam a reunir-se, encontram-se com Maria e, depois, com o próprio Cristo Ressuscitado.
São – foram – as colunas da Igreja que o Salvador fundou para a eternidade.
Ele, Judas, não! Arrependeu-se também, sem dúvida, mas o arrependimento quando não se confessa a culpa e se não pede perdão ao ofendido, para nada serve.
Confessar a culpa a um Deus misericordioso e compassivo que perdoa sempre, é encontrar a salvação; guardar o arrependimento dentro de si próprio, por muito profundo e sentido que seja, leva à perdição.
Por isso, penso, que de facto Judas é necessário nesta grandiosa história da salvação humana. Aprendemos, assim, que o perdão só nos pode vir da própria pessoa de Cristo, dele, que é o Caminho que vale a pena andar, a Verdade que interessa conhecer e a Vida que nos convém viver. (AMA, comentário sobre Jo 13, 21-33; 36-38, 2009.04.07)
Agradecimento: António Mexia Alves
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