Hoje, 24 de Março, faz 30 anos que D. Óscar Romero, arcebispo de São Salvador, foi morto a tiro quando celebrava a Eucaristia na capela do hospital Divina Providência, na capital salvadorenha.
Em São Salvador, uma missa solene recorda o sacrifício de Mons. Romero. O Presidente Maurício Funes pedirá perdão em nome do governo pela morte do Arcebispo. O dia 24 de Março foi declarado, por decreto emitido pelo Parlamento salvadorenho, “Dia de D. Óscar Arnulfo Romero”.
Desde 1993 que esta data é celebrada em toda a Igreja como Dia de oração e jejum em memória dos Missionários Mártires: bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos mortos por cumprir a missão de evangelização e promoção humana.
D. Romero é um deles. De acordo com o postulador da causa de beatificação, D. Vincenzo Paglia, Bispo de Terni (Itália), “D. Romero foi vítima da polarização política, que não deixava espaço para a sua caridade e pastoral”. “Contrário à violência, tanto por parte do governo militar como da guerrilha, viveu na condição de pastor o drama do seu rebanho” – refere a Agência Ecclesia.
A causa de beatificação de Oscar Arnulfo Romero, cujos restos mortais jazem na Catedral da capital salvadorenha, iniciou a sua fase diocesana em 1994, concluindo-se em 1996. Nesse ano, o processo foi apresentado ao Vaticano, e em 1997 foi emitido o decreto por meio do qual a causa era oficialmente aceita como válida, sendo D. Romero declarado “servo de Deus” pelo Papa João Paulo II.
Tornando-se arcebispo, D. Oscar Romero amadureceu “uma nova responsabilidade” e “tornou-se o ‘pater pauperum’ e imediatamente também o ‘defensor pauperum’. Romero era a única voz que falava em defesa deles”: recordou-o ontem à noite em Roma, o arcebispo de Nápoles, Cardeal Crescenzio Sepe, celebrando uma Santa Missa na Igreja de Santa Maria in Trastevere, numa iniciativa da Comunidade de Santo Egídio. O Arcebispo de Nápoles recordou que no coração da pregação de D. Romero estava “o amor evangélico” e “quando o conflito entre o governo e a guerrilha tornou-se ainda mais duro” ele “publicou um apelo contra a violência”, convencido de que “somente o amor cristão poderia salvar o país da tragédia”. “A força que os cristãos têm – afirmou o Cardeal Sepe – deriva do amor gratuito pelos outros. É a força do martírio. Em uma homilia após o assassinato de um seu sacerdote, D. Romero sublinhava que todos os cristãos são chamados ao espírito do martírio, a dar a própria vida pelos outros”.
Um apelo que, concluiu o Arcebispo, “D. Romero lança ainda hoje. Jamais desperdiçar essa força. Seria uma grande culpa. Hoje, no coração do século XXI, temos necessidade desta força única, da força do amor gratuito, para poder esperar em um mundo melhor”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Sem comentários:
Enviar um comentário