Santo Ireneu de Lião (c. 130 - c. 208), bispo, teólogo e mártir
Contra as heresias, III, 20, 1 (a partir da trad. Rousseau, Cerf 1984, p. 370 rev. ; cf SC 34, p. 339)
O sinal de Jonas
Deus deu provas de paciência perante a fraqueza do homem, porque conhecia antecipadamente a vitória que lhe daria pelo Seu Verbo; pois, quando o poder se revelou na fraqueza (2Cor 12, 9), o Verbo deu a conhecer a bondade de Deus e o Seu poder magnífico.
Com efeito, aconteceu ao homem o mesmo que ao profeta Jonas. Deus não permitiu que este fosse engolido por um monstro marinho para que desaparecesse e perecesse por completo, mas para que, depois de ter sido rejeitado pelo monstro, se mostrasse mais submisso a Deus e glorificasse mais Aquele que o tinha salvado de forma inesperada. Foi também para conduzir os niinivitas a um firme arrependimento e à conversão Àquele que os livraria da morte, impressionados que ficaram pelo sinal que se tinha realizado em Jonas. [...] Da mesma maneira, no princípio, Deus não permitiu que o homem fosse engolido pelo grande monstro, autor da desobediência, para que desaparecesse e perecesse por completo, mas porque tinha antecipadamente preparado a salvação realizada pelo Seu Verbo, por meio do «sinal de Jonas». Salvação que foi preparada para aqueles que tiverem por Deus os mesmos sentimentos que Jonas e que como ele Lhe confessarem: «Adoro o Senhor, Deus do céu, que fez os mares e a terra» (Jon 1, 9).
Deus quis que o homem, Dele recebendo inesperadamente a salvação, ressuscite de entre os mortos e glorifique a Deus, dizendo com Jonas: «Na minha aflição invoquei o Senhor e Ele ouviu-me. Clamei a Vós do meio da morada dos mortos e ouvistes a minha voz» (Jon 2, 3). Deus quis que o homem continuasse fielmente a glorificá-Lo e a dar-Lhe graças sem cessar pela salvação que Dele recebeu.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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