A crise voltou a atingir o distrito de Setúbal, não de maneira tão acentuada como nos anos 80, mas o suficiente para o bispo da diocese, D. Gilberto Reis, apelar a uma reflexão sobre as suas causas.
Os pedidos de ajuda às instituições da Igreja aumentaram entre 20% e 30%, revela D. Gilberto Reis, que acrescenta que muitos desses pedidos vêm dos chamados "novos pobres".
A resposta a estes pedidos tem sido procurada no fundo de emergência social criado pela diocese de Setúbal.
Neste entrevista à Renascença, o bispo falou também sobre os bairros sociais da região, com particular atenção para o bairro da Belavista, para o qual pede soluções.
“É preciso o envolvimento de todos – do Governo, da autarquia, das instituições, das próprias pessoas que estão no bairro – para fazer um grande projecto para que, daqui a um conjunto de anos, a situação das pessoas se possa inverter”, defende.
O Bispo de Setúbal reconhece, por outro lado, que os portugueses estiveram mais solidários no último ano. Em termos globais, contudo, considera que "falta coração ao Homem" para ajudar mais os que mais precisam.
“Não temos falta de bens no mundo. Temos bens de sobra. Temos falta de coração para os distribuir melhor. Tenho encontrado gente com coração de ouro, mas se esta solidariedade vai até ao fim, não sei. Oxalá que esta crise nos ajude a ter a coragem de reflectirmos sobre nós mesmos e a nos abrirmos mais aos outros”, afirma na entrevista à Renascença, no âmbito da rubrica “No Caminho das Dioceses”, para ouvir em antena depois do meio-dia.
(Fonte: site Rádio Renascença)
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