As questões do ambiente estão na ordem do dia. Queixamo-nos da poluição e do ar contaminado e irrespirável em certos pontos da cidade, mas há outra contaminação tão ou mais perigosa: a do espírito.
O diagnóstico foi feito por Bento XVI, esta semana, no centro de Roma. O mal é todos os dias, repetido e divulgado pelos jornais, rádio e televisão, ao ponto de ficarmos intoxicados, de coração endurecido e pensamentos sombrios.
Os media tendem a fazer-nos sentir sempre espectadores, como se o mal só afectasse os outros, sem passar por nós.
A poluição do espírito, menos perceptível aos sentidos do que a outra poluição, torna os rostos mais tristes. Saudamo-nos sem olhar nos olhos, vemos tudo superficialmente. As cidades estão cheias de gente anónima, as pessoas tornam-se corpos sem alma, como se fossem coisas, objectos sem rosto.
Ora, se nos empenhamos tanto em reciclar o lixo, que tal reciclar também os nossos conceitos?
Aura Miguel
(Fonte: site Rádio Renascença)
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