Balduíno de Ford (?- c. 1190), abade cisterciense
O Sacramento do Altar, II, 3; PL 204, 691 (a partir da trad. de Orval; cf. SC 93, p. 255)
«Feliz o que comer no banquete do Reino de Deus!»
O salmista diz: «O vinho alegra o coração do homem [...] e o pão robustece-lhe as forças» [Sl 104 (103), 15]. Para aqueles que crêem Nele, Cristo é alimento e bebida, pão e vinho. É pão porquanto dá força e firmeza, conforme a seguinte palavra de Pedro: «Depois de terdes padecido por um pouco de tempo, o Deus que é todo graça, e vos chamou em Jesus Cristo à Sua eterna glória, há-de restabelecer-vos e consolidar-vos, tornar-vos firmes e fortes» (1Pe 5, 10). É bebida e vinho porquanto dá alegria, segundo a expressão do salmista: «Alegra o espírito do teu servo, pois para ti, Senhor, elevo a minha alma» [Sl 86 (85), 4].
Tudo o que em nós é forte, sólido, firme, alegre e feliz para cumprir os mandamentos de Deus, suportar os males, agir de acordo com a obediência e defender a justiça, tudo isso vem da força deste pão ou da alegria deste vinho. Felizes aqueles cujas acções são fortes e alegres! E, uma vez que ninguém é capaz de o fazer por si mesmo, felizes os que desejam avidamente agarrar-se ao que é justo e honesto e ser, em todas as coisas, fortificados e deleitados por Aquele que diz: «Felizes os que têm fome e sede de justiça» (Mt 5, 6). Se Cristo é, desde já, pão e bebida que dá força e alegria aos justos, quanto mais o será na vida futura, quando Se der, Ele próprio, sem medida, aos justos?
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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