Cardeal Galen, um dos maiores opositores de Hitler durante o regime Nazi
Documentos descobertos agora revelam que a Igreja alemã já tinha condenado fortemente o movimento Nazi, antes mesmo de Hitler ter subido ao poder.
A organização não governamental Pave the Way Foundation, que se dedica ao diálogo inter-religioso e já tinha revelado importantes documentos sobre a actuação de Pio XII em relação aos judeus durante o holocausto, encontrou agora provas de que a Igreja alemã proibiu os seus fiéis de aderir ao partido Nacional-Socialista em 1930.
A condenação partiu da diocese de Magúncia (Mainz em alemão) e não só proibia qualquer católico de se inscrever nas fileiras do Partido Nazi, como proibia ainda os membros do partido de tomar parte em cerimónias católicas, incluindo enterros. “Enquanto um católico estiver inscrito no Partido Nazi, não deve ser admitido aos sacramentos”, escreveu ainda o Bispo de Magúncia, num artigo publicado na primeira página do diário L’Osservatore Romano, em Roma.
Embora tenha sido a primeira, Magúncia não foi a única diocese a condenar o Nazismo. Em 1931 o seu exemplo foi seguido por Munique, Colónia, Praderborn e as províncias da Renânia.
Enfurecidos, os Nazis enviaram Herman Göering para Roma. Este procurou encontrar-se com o Secretário de Estado do Vaticano, Eugénio Pacelli, que mais tarde se tornaria Pio XII. Pacelli, contudo, recusou encontrar-se com Göering e remeteu-o para um funcionário menor do Vaticano.
A hostilidade, contudo, estava destinada a continuar. Em 1932 a Igreja excomungou todos os dirigentes do Partido Nazi, citando como principais heresias as teorias raciais. Neste documento, descoberto agora pela Pave the Way, lê-se que “todos os bispos declararam ilícita a pertença ao Partido Nazi” porque “as manifestações de numerosos chefes do partido têm um carácter hostil à fé e são contrárias às doutrinas fundamentais e às indicações da Igreja Católica”.
Os avisos e as declarações dos católicos acentuaram-se quando Hitler subiu ao poder em Janeiro de 1933, mas mesmo os apelos ao então Chanceler Von Hindenburg não surtiram efeito, com os resultados desastrosos para os quais a Igreja já tinha avisado.
(Fonte: site Rádio Renascença)
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