Durante a ordenação episcopal de cinco estreitos colaboradores Bento XVI explicou as leituras bíblicas, como faz nas ocasiões e nas circunstâncias importantes. E fê-lo com a habitual limpidez uma clareza que em Ratzinger está sempre acompanhada pela profundidade usando o método da actualização da Escritura: um modo de explicar tradicional no cristianismo desde os tempos mais antigos, que remonta ao próprio Jesus e afunda as suas raízes no judaísmo.
O Papa falou aos novos bispos e dirigiu-se deste modo à Igreja inteira, desempenhando o serviço que é próprio do Pontífice, como ressaltou na visita à diocese de Viterbo quando recordou a figura do seu predecessor Leão Magno, o primeiro sucessor de Pedro do qual se conservou quase completamente a pregação, que permaneceu exemplar na tradição da Igreja de Roma.
Assim explicou Bento XVI aos fiéis presentes em São Pedro como a todos os católicos e a quantos quiserem prestar atenção às suas palavras o significado do ser bispo e do servir, em qualquer cargo de responsabilidade, na Igreja. A partir dos sinais da liturgia e do sentido profundo das Escrituras, convergentes ao indicar que os homens estão nas mãos de Deus. Mas é preciso abrir-se a este Deus e é este o significado do sinal litúrgico do silêncio porque a ferida mais grave é precisamente o afastamento d'Ele. A tarefa dos bispos e de quem quiser servir na Igreja é, portanto, antes de tudo a de curar a ferida do afastamento de Deus. A exemplo de Jesus, que descreve através das parábolas o que deve distinguir quantos quiserem verdadeiramente ser servos: fidelidade, prudência, bondade. Isto na condição humana imperfeita e marcada pelo pecado certamente não é fácil já no tempo de Paulo havia nas comunidades cristãs desentendimentos entre correntes contrapostas mas quantos são chamados às diversas responsabilidades têm o dever de trabalhar não para si mesmos, mas para a comunidade e para o bem comum, mantendo o coração orientado profundamente para Deus, cujas mãos acolhem e conservam todas as criaturas humanas.
Giovanni Maria Vian - Director
(©L'Osservatore Romano - 19 de setembro de 2009)
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