Julião de Vézelay (cerca de 1080 - cerca de 1160), monge beneditino
Sermão 17 (a partir da trad. SC 193, p. 373)
«Mulher, grande é a tua fé»
«Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorros.» A mulher toma a palavra e diz: «É verdade, Senhor!» Como se dissesse: [...] «Eu só peço uma migalhinha da mesa e da mão do mestre generoso que «dá o alimento a toda a criatura» (Sl 135, 25). Tu sacias de bens os judeus, por serem filhos. É por isso que te peço: não recuses uma migalha à tua cadelinha cananeia!»
Jesus disse-lhe: «Ó mulher, grande é a tua fé!» Repreende Pedro pela sua pouca fé (Mt 14, 31); admira esta mulher pela grandeza da sua. Verdadeiramente, ela tem uma grande fé, uma vez que proclama que o Verbo feito carne é o filho de David e, certa do poder divino, tem confiança em que Ele pode devolver a saúde à sua filha, mesmo ausente, e apenas por um acto de vontade.
Também tu, se a tua fé for grande, se for aquela fé viva de que vive o justo (Rom 1, 17), e não uma fé morta a que falte a alma, isto é, a caridade, também tu obterás não só a cura completa da tua filha, isto é, da tua alma, mas «terás o poder de deslocar montanhas» (Mt 17, 20).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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