Ontem após uma tranquila e segura viagem de automóvel, 920 Kms, cheguei a esta linda e civilizada cidade aonde os termómetros marcavam 32 graus Célsius.
Deixem-me antes dizer-vos, que o tempo esteve óptimo durante toda a viagem, que a paisagem estava lindíssima, que regalo para os olhos é a Primavera, houve planícies que pelos castanhos das terras aradas me recordaram o nosso Alentejo, mas já no País Basco e na Província de Navarra o verde recordou-me a Suíça, ora como poderão constatar pela descrição foi um dia de alma cheia de agradecimento a Deus pelas Suas obras e pelos prazeres que me concedeu.
Curiosamente a natureza tem fenómenos inesperados e apesar da elevada temperatura o céu encobriu-se ao final da tarde e caiu uma enorme chuvada, como só estava habituado a ver junto aos trópicos, acompanhada de uma breve trovoada.
Quando cheguei à Clínica Universitária de Navarra (CUN) para participar na Santa Missa das 19h05 estava já só a pingar, mas é difícil de descrever e apesar da chuva e do constante movimento de pessoas, a limpeza do chão no átrio de entrada, aliás como é apanágio em todos os locais directa ou indirectamente ligados ao Opus Dei.
Permitam-me que vos fale dos Oratórios da CUN, que embora já conhecendo de visitas anteriores, são um sempre locais de excelência para o recolhimento e oração, Começarei pelo mais pequeno aonde está o Sacrário com o Santíssimo, cujo Retábulo, julgo que esculpido, em alto-relevo, sobre pedra de um branco “sujo” e não brilhante, representando a Sagrada Família é esmagador sobretudo pela sua singeleza, além da alegria ver sempre um elevado número de pessoas presentes e em absoluto silêncio.
No Oratório principal, cujo retábulo, em talha dourada, também é muito bonito, tinha como aliás tem sempre, o seu lindíssimo chão em mármore tão limpo e brilhante, que, com algum exagero de estilo, poderia servir de espelho.
A ambiência é extremamente acolhedora e enche-nos a alma constatar, que a assistência além de numerosa era multi-facetada. Permito-me realçar a elevada quantidade de profissionais de saúde com as suas batas e fardas que participavam na Santa Missa, aliás, o acólito e leitor dos Actos dos Apóstolos era um médico, que por debaixo da bata estava vestido com um daqueles fatos verdes normalmente são usados pelos cirurgiões. A meio da celebração ver um médico sair porque o seu pager (Bip) havia tocado, trouxe-me ao pensamento quão feliz terá ficado São Josemaría Escrivá por ver um filho seu atender prontamente a um imperativo próprio da sua profissão, sendo também certo, que o Senhor terá registado no seu amabilíssimo coração tão nobre acto.
A Sagrada Comunhão foi ministrada em genuflexão, sendo este relevante particular uma novidade, mas não haja dúvida, que ao fazê-lo não só praticamos um acto de humildade perante o Senhor como nos sentimos mais próximos Dele.
Infelizmente, e não se trata de uma crítica e se o for é uma auto-crítica, o meu “porteñol” não chegou para entender toda a homilia, mas comoveu-me quando o celebrante propôs aos fiéis antes da bênção final, que virados para a imagem de Virgem Maria, se rezasse uma Ave-Maria.
(JPR)
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