Queridos Leitores em língua portuguesa
Escrevemo-vos hoje porque amanhã é um grande dia: a lista dos portugueses considerados santos pala Santa Madre Igreja e, como tal, apresentados a todo o mundo cristão como modelos de virtudes, vai ser aumentada com mais um elemento. Trata-se de Nuno Álvares Pereira, que a tradição popular se habituou a chamar “Santo Condestável” e que Bento XV tinha inscrito em 1918 na lista dos Bem-aventurados, com o nome de Beato Nuno de Santa Maria.
Não vos vamos relatar aqui a sua vida nem os benefícios que operou por graça de Deus – há muitas e variadas fontes e os interessados saberão onde se dirigir. Vamos antes transcrever um trecho da nota pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa porque, ela também, merece ser lida e assimilada, não só por portugueses mas por homens e mulheres do mundo inteiro.
“Vivemos em tempo de crise global, que tem origem num vazio de valores morais. O esbanjamento, a corrupção, a busca imparável do bem estar material, o relativismo que facilita o uso de todos os meios para alcançar os próprios benefícios, geraram um quadro de desemprego, de angústia e de pobreza que ameaçam as bases sobre as quais se organiza a sociedade. Neste contexto, o testemunho de vida de D. Nuno constituirá uma força de mudança em favor da justiça e da fraternidade, da promoção de estilos de vida mais sóbrios e solidários e de iniciativas de partilha de bens. Será também apelo a uma cidadania exemplarmente vivida e um forte convite à dignificação da vida política como expressão de melhor humanismo ao serviço do bem comum.
Os Bispos de Portugal propõem, portanto, aos homens e mulheres de hoje o exemplo da vida de Nuno Álvares Pereira, pautada pelos valores evangélicos, orientada pelo maior bem de todos, disponível para lutar pelos superiores interesses da Pátria, solícita por servir os mais desprotegidos e pobres. Assim seremos parte activa na construção de uma sociedade mais justa e fraterna que todos desejamos.”
Aproveitamos a oportunidade para vos recordar a lista daqueles que, nascidos em Portugal ou em terras de administração portuguesa, foram elevados às honras dos altares:
- S. Teotónio, nascido no Minho em 1082, falecido em 1161 e canonizado em 1163;
- Santo António, nascido em Lisboa em 1191, falecido em Pádua em 1231 e canonizado em 1232;
- Santa Beatriz da Silva, nascida em Campo Maior (ou em Ceuta) em 1424, falecida em 1492 e canonizada em 1976;
- S. João de Deus, nascido em Montemor-o-Novo em 1495, falecido em Granada em 1550 e canonizado em 1690;
- S. Gonçalo Garcia, nascido em Baçaim (Goa) por volta de 1560 , martirizado no Japão em 1597 e canonizado em 1862;
- S. João de Brito, nascido em Lisboa em 1647, martirizado na Índia em 1693 e canonizado em 1947;
- Santo António Sant’Anna Galvão, nascido no estado de São Paulo (Brasil) em 1739, falecido em 1822 e canonizado em 2007.
A esta lista teremos de acrescentar necessariamente Santa Isabel de Portugal, nascida em Aragão em 1270, rainha de Portugal de 1282 a 1325, falecida em Estremoz em 1336 e canonizada em 1625.
Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, nascida em Itália em 1865, faleceu no Brasil em 1942 e foi canonizada em 2002, sendo considerada por todos uma “santa brasileira”. O mesmo se diga dos Mártires do Rio Grande do Sul (1628), canonizados em 1988, embora dois (Afonso Domingues e João de Castilho) tenham nascido em Espanha e o terceiro (Roque Gonzalez) no Paraguai.
Que todos eles, mais os muitos beatos saídos nas nossas terras, intercedam por nós neste tempo que vamos vivendo.
Com muita amizade
A equipa portuguesa de EAQ (Evangelho Quotidiano)
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