Confirma-se. As empresas nacionais temem de tal forma o Governo, enquanto detentor de um poder arbitrário de contratação em nome de um Estado cada vez mais tentacular, omnipresente e sufocante, que preferem o silêncio revoltado a aceitar incluir o seu nome na mais inócua lista dos credores de Estado.
Sabia-se. Mas a compreensão manifestada, esta semana, pelo presidente da Associação Empresarial de Portugal com este estado de coisas não é apenas uma má notícia para a forma como avaliamos a saúde da nossa Democracia. É uma notícia ainda pior sobre o Estado da nossa economia.
Mas há mais. Quem mais deveria combater a concorrência desleal de empresários que fogem ao Fisco e à Segurança Social, como se de mais um simples recurso de gestão se tratasse, do que os seus próprios pares? Pois bem, José António Barros soma ao discurso “moralista” de combate à fuga e à fraude fiscal uma inesperada tolerância e compreensão com todas as empresas associadas que recorram a esses meios. Condena o seu procedimento, mas recusa qualquer sanção que passe, por exemplo, pela sua expulsão da AEP… E acrescenta: às Associações compete defender, em todo, o caso os interesses dos associados.
Não devia. Se as cúpulas patronais são as primeiras a pactuar com o clima de medo em que cresce a subsídio-dependência e a tolerar (por acção ou omissão) as práticas da concorrência desleal, não há competitividade que resista.
À nossa economia não faltam apenas trabalhadores mais qualificados. Faltam, desesperadamente, verdadeiras elites e uma nova cultura empresarial.
Graça Franco
(Fonte: site RR)
Sem comentários:
Enviar um comentário