Embora este político seja pastor metodista, não sabia que «ámen» vem do hebraico «confirmo» e que, por isso, em todas as línguas, os cristãos terminam as orações com «ámen».
Como Cleaver tem dificuldades na ortografia, confundiu «amen» com «a man», que significa em inglês «um homem», e deduziu que as orações cristãs terminavam com o apelo machista: «um homem»!
A confusão ainda é mais divertida por causa da mistura do singular com o plural. Em inglês, «a-men» significa «um-homens». Se é «um», não devia ser «homens», no plural; mas isso é o de menos.
Convencido de que os cristãos de todo o mundo (incluídos os pastores protestantes, como ele), terminavam as orações com uma exclamação machista, Cleaver resolveu ser inclusivo e inventar aquele «um-“homens” e uma-mulher» («a-“men” and a-woman»).
– «“Amen” is indeed a Hebrew word, but we
must acknowledge that “Awoman” is a Shebrew word». (É facto que «um-homens» é uma palavra «he»braica, mas
temos de concordar que «uma-mulher» é uma palavra «she»braica).
Outros, adaptaram frases românticas:
– «When Amen loves Awomen!»
(Quando «um-homens» ama «uma-mulheres»!).
Em inglês, os possessivos dele e
dela são «his» e «her» e, forçando um bocadinho a pronúncia de «hys»:
– «I’m laughing hersterically». (Estou a rir «dela»-estericamente).
Outros protestaram em nome da
ideologia do género, porque Cleaver só se lembrou dos homens e das mulheres:
– «They mustn’t say Amen and Awoman and then
end there. They should continue to say Agay, Alesbian, A-lgbtq+». (Não deviam dizer apenas «um-“homens” e uma-mulher» e mais
nada, deviam continuar: «um-homossexual», «uma-lésbica», um «sabe-se lá o quê»).
Quando o politicamente correcto invade
tudo e a arrogância se mistura com a ignorância, o resultado é esta amostra de
ridículo. Na versão benigna, faz rir; nas formas agressivas, é impertinente e chega
a ser cruel.
Nos antípodas culturais de «um-“homens”
e uma-mulher», a agenda da Biblioteca Apostólica Vaticana de 2021 celebra a
mulher e o livro. Na introdução da agenda, o Cardeal Tolentino conta que Santo
Ambrósio, Bispo de Milão no século IV, estava convencido de que a leitura do
profeta Isaías tinha sido útil a Nossa Senhora como preparação para a
Anunciação do Anjo e essa opinião inspirou muitos artistas a representarem
Nossa Senhora com um livro nas mãos. Divulgou-se assim uma imagem de Maria culta,
atarefada com a lide da casa mas não dispensando uma biblioteca em pano de
fundo.
Encontramos dezenas de livros
diferentes nos vários quadros da Virgem, porque ninguém sabe o que Nossa
Senhora lia naquele momento, o importante é que o livro se tornou indissociável
da vida espiritual.
O Cardeal explica ainda que a
história da Biblioteca dos Papas está ligada ao contributo de muitas mulheres,
escritoras, artistas, teólogas, protagonistas da vida da Igreja, mecenas, mulheres
de ciência e de cultura... e termina com uma estatística interessante. Ámen!
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