«Dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: – Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Coração Imaculado de Maria» (terceira Aparição).
Dentro da riquíssima Mensagem de Fátima, que resume, de certo modo, todo o Evangelho e nos chama ao seu cumprimento, destaca-se, como especial fruto, a devoção ao Imaculado Coração de Maria.
Será difícil extrair do mistério da Maternidade divina todas as consequências espirituais e teológicas, mas há realmente em Fátima luzes novas para a sua contemplação. Uma delas vem da queixa quanto aos «pecados cometidos contra o Imaculado Coração e Maria».
Será difícil extrair do mistério da Maternidade divina todas as consequências espirituais e teológicas, mas há realmente em Fátima luzes novas para a sua contemplação. Uma delas vem da queixa quanto aos «pecados cometidos contra o Imaculado Coração e Maria».
A expressão é impressionante, pois não é costume aplicá-la a criaturas no mesmo sentido em que a aplicamos ao Criador. Para com as criaturas usamos dizer «ofensas ao próximo», que constituem «pecados», isto é, ofensas ao próprio Deus, e que exigem «reparação»: reparação ao próximo do mal que lhe terá sido causado e reparação a Deus pelo pecado cometido.
Que diferença existe entre as ofensas feitas a Maria e a quaisquer outras pessoas? A sua imensa dignidade, sem dúvida, mas mais do que isso: a sua Imaculada Conceição. Maria foi sempre «gratia plena» e tão inocente como o próprio Jesus Cristo. Ela– como o seu divino Filho – não cometeu nenhum pecado; não tem nada a reparar; sofre exclusivamente por nossa culpa.
Nossa Senhora das Dores - que assim se apresentou também na última Aparição - foi trespassada por nós. E a espada que lhe anunciara o velho Simeão continua nas nossas mãos. Conhecendo a fraqueza humana, Jesus apela ao nosso amor filial à Mãe de Deus.
No Centenário das Aparições, tomemos a decisão de não contribuir para a coroa de espinhos que ferem o seu Coração Imaculado.
Hugo de Azevedo
(Em «Celebração Litúrgica», «A Abrir», n.º 3, 2017 - resumo)
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