Choro de Jesus
«Quando estavam perto da porta da cidade,
viram que levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva;
e, a acompanhá-la, vinha muita gente da cidade. Vendo-a, o Senhor compadeceu-se
dela e disse-lhe: Não chores.» (Lc
7, 12-13)
Insatisfação
Uma aparente insatisfação de não fazer o que devia
fazer, como e quando. Sinto esta ânsia de perfeição pessoal que a cada momento
parece estar ao meu alcance para logo se afastar para bem longe.
Queria um julgamento agora, que o Senhor me dissesse
claramente: ‘Não posso prosseguir sem que primeiro aproveites todas as
oportunidades que te dou continuamente.
Choras?
Mas choras por Mim ou por ti? Porque não alcanças o
que desejas ou porque não te esforças o suficiente? Choras porque és pouca coisa
e gostavas de ser mais ou choras porque nem mesmo o pouco que és consegues
fazer o que deves? Falta-te a vontade e sobra-te o desejo.
Choras porque não passas das intenções, das belas
palavras, dos propósitos bem estruturados e não segues em frente como deves com
o que tens, tudo o que tens e é muito porque fui Eu Quem to deu e bem sabes
como sou generoso. Sim, António, o que tens é o bastante, suficiente para me
dares o que te exijo: que sejas bom, puro e santo’.
(ama, Malta, 20 de Maio 2016)
Eu também choro e, ás vezes
– tantas – por motivos puramente pessoais porque, o chorar, parece ser uma
consuquência natural de sofrimento interior.
“Possa
eu, meu Senhor, passar este dia sem chorar por Ti, tal como mandasTe: «Não
choreis por Mim, chorai antes por vós e vossos filhos.» (cfr. Lc. 23, 28), mas chorar, contritamente
por mim, pelas minhas faltas, chorar também pelas faltas de todos os homens. (AMA,
Refexões, Sexta-Feira Santa, 2016)
“Sorriso? Sim… porque se tenho motivos para chorar
eles não me impedem de sorrir. Talvez pareça - e talvez seja - pateta chorar e
rir ao mesmo tempo mas não é verdade que se chora de alegria?
Tenho de viver todos dias
(E as noites também)
Com uma força que não tenho
Com ânimo que não vem
Do simples desejo de querer
Outras coisas que não sei
Não conheço nem adivinho.
Não... não estou sozinho
Nesta luta diária, constante
Ando para trás e para diante
Parar não posso nem quero
Sei que morro a cada instante
E que me levanto outra vez
Mais vivo se possível,
Desperto e preparado
Para o que passa acontecer.
Viver?
Sim, viver!...
Sim, viver!...
(ama, Malta, 08.05.2016)
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