A relevância do papel de São João Batista reside no facto de ter sido o "precursor" de Cristo, a voz que clamava no deserto e anunciava a chegada do Messias, insistindo para que os judeus se preparassem, pela penitência, para essa vinda.
Já no Antigo Testamento encontramos passagens que se referem a João Baptista. Ele é anunciado por Malaquias e principalmente por Isaías. Os outros profetas são um prenúncio de João Baptista e é com ele que a missão profética atingiu sua plenitude. Ele é assim, um dos elos de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento.
Segundo nos narra Evangelho de S. Lucas, João, mais tarde chamado o Batista, nasceu numa cidade do reino de Judá, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, parenta próxima de Maria, mãe de Jesus. Lucas narra as circunstâncias sobrenaturais que precederam o nascimento do menino. Isabel, estéril e já idosa, viu sua vontade de ter filhos satisfeita, quando o anjo S. Gabriel anunciou a Zacarias que a esposa lhe daria um filho, que devia chamar-se João. Depois disso, Maria foi visitar Isabel. "Aconteceu que, logo que Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe no ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo; e exclamou em alta voz: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre ! Donde a mim esta dita que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?'" (Lc 1:41-43). Todas essas circunstâncias realçam o papel que se atribui a João Baptista como precursor de Cristo.
Ao atingir a maturidade, João Baptista encaminhou-se para o deserto e, nesse ambiente, preparou-se, através da oração e da penitência - que significa mudança de atitude, para cumprir sua missão. Através de uma vida extremamente coerente, não cessava jamais de chamar os homens à conversão, advertindo: " Arrependei-vos e convertei-vos, pois o reino de Deus está próximo". João Baptista passou a ser conhecido como profeta. Alertava o povo para a proximidade da vinda do Messias e praticava um ritual de purificação corporal por meio de imersão dos fiéis na água, para simbolizar uma mudança interior de vida.
A vaidade, o orgulho, ou até mesmo, a soberba, jamais estiveram presentes em São João Baptista e podemos comprová-lo pelos relatos evangélicos. Por sua austeridade e fidelidade cristã, ele é confundido com o próprio Cristo, mas, imediatamente, responde: "Eu não sou o Cristo" (Jo 3, 28) e "não sou digno de desatar-Lhe as correias das sandálias". (Jo 1,27). Quando seus discípulos hesitavam, sem saber a quem seguir, ele apontava em direcção ao único caminho, demonstrando o Rumo Certo, ao exclamar: "Eis o cordeiro de Deus, eis O que tira o pecado do mundo". (Jo 1,29).
João baptizou Jesus, embora não quisesse fazê-lo, dizendo: "Sou eu quem devo de ser baptizado por Ti e Tu vens a mim?" (Mt 3:14). Mais tarde, João foi preso e mandado degolar por Herodes, por denunciar a vida imoral do governante. São Marcos relata-nos, no seu Evangelho (6:14-29), a execução: Salomé, filha de Herodíades, mulher de Herodes, pediu a este, por ordem da mãe, a cabeça do profeta, que lhe foi servida numa bandeja. O corpo de João foi, segundo São Marcos, enterrado pelos seus discípulos.
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