Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Nossa Senhora, Mãe que cura

Esta antiquíssima e misteriosa imagem a que os romanos chamam Salus populi Romani [salvação ou saúde do povo romano] é, segundo a tradição, a imagem que Gregório Magno levou em procissão pelas ruas de Roma no ano de 590, num momento em que a peste devastava a cidade. Quando terminou a procissão, cessou também a epidemia; Roma recobrou a saúde. O nome desta imagem quer dizer-nos: neste nome pode Roma, neste nome podem os homens curar-se continuamente.

Desta figura ao mesmo tempo juvenil e venerável, dos seus olhos sábios e bondosos, olha-nos a bondade maternal de Deus. "Como alguém que é consolado pela sua mãe, assim eu vos consolarei", diz-nos Deus através do profeta Isaías (66, 13). O consolo maternal revela-nos plenamente Deus, sobretudo através das mães, através da sua Mãe.

E quem poderia estranhá-lo?

Diante desta imagem, desaparece de nós a fatuidade, diluem-se as crispações da nossa soberba, o medo diante dos nossos sentimentos e tudo aquilo que nos faz adoecer por dentro. A depressão e o desespero nascem de que o âmbito dos nossos sentimentos está desordenado ou entrou em colapso. Já não vemos o que há de cálido, de consolador, de bom e salvador no mundo - coisas que somente podemos perceber com o coração -. Na frieza de um conhecimento que foi privado das suas raízes, o mundo torna-se puro desespero. Daí que a aceitação desta imagem cure. Devolve-nos ao chão da fé e da condição humana, sempre que aceitemos a partir de dentro a sua linguagem, sempre que não nos fechemos a ela. [...] Esta imagem [.-.] ajuda-nos assim a desligar a fé do esforço da vontade e do entendimento e a situá-la novamente na totalidade do nosso ser. [...]

Podemos abrir-nos de novo à proximidade da nossa Mãe sem medo de falsos sentimentalismos.

(Cardeal Joseph Ratzinger in ‘Meditación para el tiempo de Navidad’, em Humanitas, n. 12)

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