Jesus não faz acepção
de pessoas
Fazer como que uma escolha,
considerar, ou não, alguém, segundo um qualquer critério pessoal, é um erro,
uma falta - por vezes grave - que deve evitar-se. Eu, muitas vezes, elejo ou
considero alguém, conforme esse alguém me é simpático ou não. Claro que nem
penso que posso “sofrer” o mesmo por parte de outros e, nesse caso, se o
pensasse, não ficaria triste, desiludido, talvez magoado? E, tenho de concluir
que teria razão.
Todos somos filhos de Deus
que nos criou. Todos, sem excepção, somos irmãos de Jesus Cristo que deu a Sua
Vida na Cruz por todos mesmo aqueles que nem sequer O conhecem ou não acreditam
n’Ele. Portanto, o que nos diferencia uns dos outros? Não a cor da pele, a
estatura, a idiossincrasia pessoal. Apenas e só o que fazemos, as nossas obras
mesmo as privadas que ninguém conhece.
Jesus Cristo deu-nos
exemplos, que temos de ter em conta quando lemos no Evangelho que falava com
todos, respondia a todos - mesmo quando as perguntas ou argumentos não eram nem
sérios nem honestos - aceitava convites para visitar, tomar uma refeição,
conviver um pouco com quem quer que fosse.
«Estando Jesus em Betânia, em casa de Simão o
leproso…» (Cfr.
Mc 14, 3) «Tendo
entrado, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para comer uma
refeição…» (Cfr. Lc 14, 1) «(…) Porque comeis e
bebeis com os publicanos e os pecadores?»
(Cfr.
Lc 2, 27-32)
Também no Evangelho, consta
que só uma única vez permaneceu em silêncio sem dar nem resposta nem manter
diálogo: tal aconteceu quando na presença de Herodes. (Cfr.
Lc 23, 8-9) “Durante o simulacro do
processo, o Senhor cala-se. Jesus autem
tacebat. (Mt 26, 63) Com Herodes, volúvel e impuro, nem uma palavra (…)”. (São
Josemaria, Via Sacra - Primeira estação)
“Concedei a todos a mais
absoluta confiança; sede muito nobres. Para mim, vale mais a palavra de um
cristão, de um homem leal - fio-me inteiramente de cada um - do que a assinatura
autêntica de cem notários unânimes, apesar de me terem talvez enganado nalguma
ocasião por seguir este critério. Prefiro expor-me a que um irresponsável abuse
desta confiança, a retirar a quem quer que seja o crédito que merece como
pessoa e como filho de Deus. Garanto-vos que nunca me senti defraudado com os
resultados desta atitude.” ( Cfr. São Josemaria, Amigos de Deus, 159)
Finalizo com um propósito e
um pedido:
Propósito: Não me deixar
guiar pelos meus critérios na avaliação dos outros. Não tenho nem o direito nem
ganho nada em fazê-lo. Para mim, todos me devem merecer respeito e
consideração.
Pedido: Ajuda-me, Senhor, a
cumprir o que acima me proponho. Que tenha sempre presente o Teu exemplo na
consideração e respeito que demonstrasTe – sempre – por todos os que se
cruzavam conTigo nos caminhos da Palestina. Que compreenda e actue como Tu nas
relações com os demais, não fazendo acepção de pessoas seja pelo que for.
“Senhor ajuda-me a pensar nos outros. Os que
conheço, de quem sou amigo ou familiar e aqueles que me são desconhecidos.
Todos são Teus filhos como eu, logo, todos são meus irmãos. Se somos irmãos,
somos também herdeiros, convém portanto que me preocupe com aqueles que vão
partilhar a herança comigo.” (AMA, orações pessoais, 2002)
(AMA,
2019)
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